São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA

Bush assina lei para construir barreira contra imigrantes

DAVID STOUT
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON

O presidente Bush assinou ontem a lei que prevê a construção de uma cerca de 1.100 quilômetros de extensão ao longo da fronteira com o México. Mas voltou a defender uma reforma mais ampla das leis de imigração. "Este é um passo importante em direção à reforma", disse.
A lei representa o que a maioria dos deputados republicanos queria, mas não é o que os senadores do partido nem o presidente tinham em mente originalmente.
Temendo uma reação negativa de eleitores preocupados com a imigração ilegal, os republicanos da Câmara resistiram a uma lei mais ampla, aprovada pelo Senado, que previa, além do reforço da segurança na fronteira, a criação de um programa para trabalhadores estrangeiros temporários e, com o tempo, a concessão de cidadania.
Para a maioria dos deputados republicanos, o programa equivaleria a uma "anistia" aos ilegais. Bush acabou por perceber que seu desejo de uma reforma "abrangente" não ocorreria, ao menos não neste ano eleitoral. Em 29 de setembro, o Senado aprovou a cerca, que provocou protestos do governo do México, que integra a Nafta (Área de Livre Comércio da América do Norte).
"Nosso país é um país de imigrantes. Também somos um país regido pelas leis. Infelizmente, os EUA não exercem controle completo sobre suas fronteiras há décadas", disse Bush ontem.
Além da cerca, a lei prevê a construção de barreiras e postos de fronteira e a adoção de tecnologia mais avançada na fronteira. O custo será de US$ 1,2 bilhão. Mas críticos indagam se a cerca realmente poderá impedir a passagem dos que querem desesperadamente atravessar.
Bush voltou a defender a revisão da política imigratória. "Precisamos reduzir a pressão sobre nossa fronteira, criando um plano para trabalhadores temporários", disse. "Há um meio-termo racional entre a concessão de um caminho automático à cidadania aos ilegais e um plano de deportação em massa."


Texto Anterior: Afeganistão acusa Otan de matar dezenas de civis em dia sagrado
Próximo Texto: Guerra sem limites: CIA quis convencer alemanha a calar protestos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.