DA REDAÇÃO

Vladimir Putin declarou ontem em Mafra, Portugal, que não exercerá poderes de um presidente caso se torne em 2008 primeiro-ministro da Rússia.
A atual Constituição veta sua candidatura para um terceiro mandato presidencial. Ele se candidatará a deputado, primeiro passo para que possa talvez se tornar premiê.
Mas enquanto Putin concluía sua reunião semestral com a União Européia, na qual Portugal exerce a presidência rotativa, em Moscou o presidente do Senado, Sergei Mironov, afirmava que ele deveria continuar presidente, nem que seja preciso reformar o texto constitucional ou dar a ele uma nova interpretação.
Segundo o senador, em entrevista à agência Interfax, "seria uma bênção para a Rússia" caso o atual presidente pudesse exercer um novo mandato. A Constituição diz que "uma única pessoa não pode ser eleita presidente da Federação Russa para mais de dois mandatos seguidos".
Mironov referiu-se a atos públicos em favor do continuísmo que se multiplicam pelo país. Analistas atribuem essas manifestações à competência de Putin e à imagem pessoal fortalecida pelo controle que ele exerce sobre a mídia.