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Concertação perde prefeituras no Chile
Oposição governará Santiago; eleições municipais devem influenciar a sucessão de Bachelet em 2009
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
A Concertação, coalizão de
centro-esquerda da presidente
Michelle Bachelet obteve
maioria de vereadores, mas
perderia no número de prefeituras para a aliança de partidos
conservadores, segundo resultados parciais das eleições municipais chilenas divulgados às
22h (hora de Brasília) ontem.
Com 54,58% dos votos apurados, a Concertação tinha
45,11% dos votos para vereador
enquanto a direitista Aliança
pelo Chile alcançava 36,25%.
Os resultados da Concertação são a soma de suas duas listas, já que, pela primeira vez, a
coalizão saiu com uma lista de
vereadores para cada um dos
principais partidos que a formam, os socialistas -da presidente Bachelet- e os democratas cristãos. Na votação para
prefeitos, a Aliança se impunha
com 40,24% contra 38,46% da
Concertação.
A pior derrota foi na capital
chilena, Santiago, onde o candidato da Concertação, Jaime
Ravinet, era o favorito, mas
perdeu para o oposicionista Pablo Zalaquett, mantendo o poder da direita na capital.
Os chilenos participaram ontem de eleições municipais para escolher 345 prefeitos e
2.144 vereadores, numa votação que deve influenciar na escolha do sucessor de Bachelet
em 2009. Os resultados oficiais
só deveriam ser divulgados perto da 1h de hoje.
O bom resultado da oposição
confirma a previsão de especialistas de que a Concertação governista perderia espaço para a
direitista Aliança pelo Chile.
Bachelet admitiu ontem que
as eleições mostram que a coalizão deve aceitar mudanças. A
socialista lidera o quarto governo consecutivo da Concertação
desde 1990, quando caiu a ditadura de 17 anos do general Augusto Pinochet.
Enquanto isso, o favorito em
todas as pesquisas para as eleições presidenciais de 2009, o
milionário Sebastián Piñera, da
Aliança, garantiu que sua coalizão chegará no próximo ano ao
Palácio de La Moneda.
Ontem, Bachelet foi recebida
na seção eleitoral onde vota, na
capital, entre aplausos e mostras de repúdio, como a de uma
mulher que a chamava de mentirosa. A presidente destacou
que o processo acontece mais
uma vez de forma "eficaz,
transparente e limpa".
Descrença política
Analistas políticos esperavam um alto índice de abstenção para a eleição de ontem,
atribuído aos efeitos do problemático sistema de transportes
implantado na capital chilena.
Segundo uma pesquisa do
Instituto Nacional da Juventude (Injuv), 80% da população
de entre 18 e 35 anos não votaria no pleito. Dias antes da eleição, centenas de universitários
bloquearam uma rua de Santiago para pedir o boicote da votação. Acabaram dispersados por
jatos d'água.
O sistema eleitoral chileno é
regido por um sistema de inscrição voluntária para a eleição,
e só quem se inscreve é obrigado a votar.
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