São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Para Obama, faltou 'decoro' com Gaddafi

Questionado sobre tratamento dado a ditador líbio, presidente defende respeito mesmo a quem fez 'coisas terríveis'

Conselho Nacional de Transição investigará se líbio sofreu abuso sexual antes de morrer, como sugere novo vídeo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Diante da exposição pública do cadáver do ditador líbio Muammar Gaddafi em um frigorífico, o presidente americano, Barack Obama, disse ter faltado "decoro" no tratamento dispensado a ele.
"Acho que existe um certo decoro com o qual se trata os mortos, mesmo se for alguém que fez coisas terríveis", disse no programa "Tonight Show", na NBC, anteontem.
Segundo ele, essa foi a razão pela qual optou por não divulgar a imagem de Osama bin Laden, morto em maio.
Gaddafi, morto há uma semana após ter sido capturado por rebeldes, foi enterrado anteontem no deserto líbio em cerimônia secreta.
Antes da morte, ele foi torturado. Ontem, um representante do CNT (Conselho Nacional de Transição) disse à rede britânica BBC que investigará se Gaddafi foi vítima de abuso sexual.
Um vídeo feito no momento da prisão levantou suspeitas de que ele pode ter sido sodomizado.
A parte da família do ditador que conseguiu fugir do país já considera levar a Otan (aliança militar ocidental) ao TPI (Tribunal Penal Internacional) pela morte dele.
O advogado da família, o francês Marcel Ceccaldi, disse que a aliança teria cometido "crime de guerra" ao disparar contra o comboio de Gaddafi.
O ditador era procurado pelo TPI, assim como seu filho Saif al Islam -que conseguiu escapar dos rebeldes- e o chefe de inteligência de Gaddafi, Abdullah Senussi. Segundo um comandante do CNT, no entanto, os dois consideram se entregar ao tribunal em breve. A Corte de Haia disse não ter tal confirmação.
Ontem, o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, pediu que a Otan mantenha a operação na Líbia até o fim deste ano. O objetivo seria "garantir a proteção das fronteiras e impedir a chegada de armas".


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