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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

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MEDO

Alvo do terror nos anos 90, comunidade argentina fala sobre riscos

Judeus temem novo atentado

DE BUENOS AIRES

Com uma comunidade judaica de 300 mil membros -a maior da América Latina-, a Argentina teme que se repitam os atentados que destruíram alvos judaicos em Buenos Aires nos anos 90. "Sabemos que os terroristas tratam de obter o maior impacto possível quando atuam. A repercussão na Argentina seria grande", avaliou José Hercman, presidente da Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas).
O primeiro atentado terrorista foi em março de 1992, contra a embaixada israelense, e causou a morte de 29 pessoas. Dois anos depois, em julho de 1994, 85 pessoas morreram após um carro-bomba ter se chocado contra a sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina).
Os dois casos até hoje não foram esclarecidos.
"O atentado da embaixada praticamente não foi investigado. É um desastre e uma vergonha para a Argentina", disse Hercman.

Conexão iraniana
A principal testemunha do caso Amia responsabilizou o governo do Irã pelo atentado à entidade.
Em seu último depoimento, há 20 dias, o dissidente iraniano Abolghasem Mesbahi afirmou que Teerã ordenou o ataque por acreditar que a Amia funcionasse como um centro de operações do serviço de inteligência israelense na Argentina.
Mesbahi afirmou também que um "enviado especial" do ex-presidente Carlos Menem (89-99) negociou o recebimento de US$ 10 milhões dos iranianos para evitar que o Irã fosse acusado pelo atentado. Tanto o Irã quanto Menem negam. (CV)


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