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VENEZUELA
Embaixador no Brasil assume emissora estatal
A dois dias de campanha da oposição, Chávez acusa TVs privadas de boicote
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem que as redes privadas de TV se negam a
transmitir propagandas governistas e ameaçou intervir caso o suposto problema continue.
"Se eles não transmitirem publicidade dos partidos [pró-governo], terei de tomar uma decisão",
disse Chávez, em ato oficial.
As acusações ocorrem a dois
dias do início da campanha da
oposição para recolher assinaturas em favor de um referendo sobre a saída de Chávez. Pesquisas
de opinião mostram que a oposição reunirá os 2,4 milhões de assinaturas necessários (20% do eleitorado), mas o governo diz que os
resultados são manipulados.
Caso esse número mínimo seja
alcançado, o referendo poderá ser
realizado em março de 2004.
As TVs negaram a acusação e
afirmam que Chávez tem abusado do direito de convocar pronunciamentos presidenciais, cuja
transmissão é obrigatória por lei.
Os chavistas têm acusado os donos de TV de participação em
conspirações contra o governo e
de envolvimento no fracassado
golpe de Estado de 2002.
Reforço
Chamado às pressas a Caracas
por Chávez, o embaixador da Venezuela no Brasil, Vladimir Villegas, 41, acumula desde o início
deste mês a presidência da TV estatal VTV. A emissora é uma das
principais armas da propaganda
oficial para enfrentar a oposição.
Em entrevista à Folha por telefone, Villegas disse que só volta ao
Brasil na semana que vem, quando deixará oficialmente o cargo
de embaixador. Segundo ele, o ex-presidente da VTV saiu do cargo
por problemas de saúde.
Villegas disse que, por orientação de Chávez, a TV estatal "aprofundou, nestes dias de coleta de
assinaturas, uma política de equilíbrio informativo".
Segundo Villegas, se os canais
privados de TV forem tendenciosos na campanha das assinaturas,
a VTV reagirá "defendendo o Estado de Direito" e "compensando
informativamente as falhas em
caso de manipulação midiática
desmedida e incontrolável".
Ele disse que conversa diariamente com o vice-presidente José
Vicente Rangel, considerado o
braço direito de Chávez. "Ele é
jornalista, me dá muito apoio e
me aconselha bastante."
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