UOL


São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE OCUPADO

Disparo não deixou vítimas; líder xiita critica cronograma de transição por ser incompleto e não dar atenção ao islã

Embaixada da Itália é atacada em Bagdá

DA REDAÇÃO

A Embaixada da Itália em Bagdá foi alvejada ontem à noite. Não estava claro se foi utilizado um míssil ou um morteiro. A ação não deixou vítimas. Houve apenas alguns danos materiais.
No momento do ataque, ao redor das 23h30 (hora do Iraque), havia poucas pessoas dentro do prédio onde funciona a embaixada italiana.
As forças e as autoridades da Itália no Iraque estão em estado de alerta desde que um atentado suicida matou 19 italianos em Nassiriah no início deste mês.

EUA
Os EUA deveriam ter enviado mais soldados ao Iraque, cuidado melhor da infra-estrutura do país e, sobretudo, investido mais na comunicação com os iraquianos a fim de obter maior apoio. A avaliação é de Jay Garner, o general da reserva americano que governou o país por menos de um mês até ser substituído pelo diplomata Paul Bremer no comando da Autoridade Provisória da Coalizão.
"Se fôssemos fazer tudo outra vez, provavelmente teríamos trazido mais soldados para Bagdá", disse Garner à rede britânica BBC, acrescentando que os EUA deveriam ter sido mais rápidos em criar um governo no país. Ele atribuiu a brigas dentro do governo americano sua saída prematura.
"Há uma rivalidade imensa entre todas as agências do governo, mas isso não começou com a guerra. Isso é Washington."
Seu sucessor não foi poupado das críticas. O general considerou um erro o desmantelamento do Exército iraquiano, que deixou quase 1 milhão de militares sem emprego. "Já no que me diz respeito, eu certamente deveria ter feito um trabalho melhor na parte da comunicação com a população iraquiana", declarou.
Marcada por saques em Bagdá e problemas de infra-estrutura em todo o país -sobretudo pela falta de energia elétrica e água-, a gestão de Garner, iniciada em 21 de abril, foi encerrada pela Casa Branca em 12 de maio.

Xiitas
Um dos principais líderes da maioria xiita do Iraque, o aiatolá Ali al Sistani, criticou os planos dos EUA de transferência de poder até junho. Segundo assessores, o aiatolá quer que o novo governo tenha um caráter mais islâmico e que a transição ocorra por meio de eleições diretas, não com eleições indiretas para um novo governo previsto no plano atual.
A oposição de Al Sistani, principal líder da população xiita (60%) -perseguida por Saddam e, por isso, menos hostil à ocupação- pode fazer os EUA reverem o cronograma da transição.
Em Washington, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, ordenou a convocação de mais 3.000 marines pela Corporação dos Fuzileiros Navais. Os militares serão destacados no próximo ano.
A decisão esbarra em um anúncio anterior de que o contingente dos EUA seria reduzido de 130 mil para 105 mil homens até maio -agora, serão 108 mil.
Segundo um funcionário do Pentágono, a medida foi anunciada aos militares no início deste mês e não está ligada à precária situação de segurança no país.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Nuclear: Agência da ONU ataca Irã por esconder programa nuclear
Próximo Texto: Família de vice de Saddam é capturada
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.