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IRAQUE OCUPADO
Disparo não deixou vítimas; líder xiita critica cronograma de transição por ser incompleto e não dar atenção ao islã
Embaixada da Itália é atacada em Bagdá
DA REDAÇÃO
A Embaixada da Itália em Bagdá foi alvejada ontem à noite. Não
estava claro se foi utilizado um
míssil ou um morteiro. A ação
não deixou vítimas. Houve apenas alguns danos materiais.
No momento do ataque, ao redor das 23h30 (hora do Iraque),
havia poucas pessoas dentro do
prédio onde funciona a embaixada italiana.
As forças e as autoridades da
Itália no Iraque estão em estado
de alerta desde que um atentado
suicida matou 19 italianos em
Nassiriah no início deste mês.
EUA
Os EUA deveriam ter enviado
mais soldados ao Iraque, cuidado
melhor da infra-estrutura do país
e, sobretudo, investido mais na
comunicação com os iraquianos a
fim de obter maior apoio. A avaliação é de Jay Garner, o general
da reserva americano que governou o país por menos de um mês
até ser substituído pelo diplomata
Paul Bremer no comando da Autoridade Provisória da Coalizão.
"Se fôssemos fazer tudo outra
vez, provavelmente teríamos trazido mais soldados para Bagdá",
disse Garner à rede britânica BBC,
acrescentando que os EUA deveriam ter sido mais rápidos em
criar um governo no país. Ele atribuiu a brigas dentro do governo
americano sua saída prematura.
"Há uma rivalidade imensa entre todas as agências do governo,
mas isso não começou com a
guerra. Isso é Washington."
Seu sucessor não foi poupado
das críticas. O general considerou
um erro o desmantelamento do
Exército iraquiano, que deixou
quase 1 milhão de militares sem
emprego. "Já no que me diz respeito, eu certamente deveria ter
feito um trabalho melhor na parte
da comunicação com a população
iraquiana", declarou.
Marcada por saques em Bagdá e
problemas de infra-estrutura em
todo o país -sobretudo pela falta
de energia elétrica e água-, a gestão de Garner, iniciada em 21 de
abril, foi encerrada pela Casa
Branca em 12 de maio.
Xiitas
Um dos principais líderes da
maioria xiita do Iraque, o aiatolá
Ali al Sistani, criticou os planos
dos EUA de transferência de poder até junho. Segundo assessores, o aiatolá quer que o novo governo tenha um caráter mais islâmico e que a transição ocorra por
meio de eleições diretas, não com
eleições indiretas para um novo
governo previsto no plano atual.
A oposição de Al Sistani, principal líder da população xiita (60%)
-perseguida por Saddam e, por
isso, menos hostil à ocupação-
pode fazer os EUA reverem o cronograma da transição.
Em Washington, o secretário da
Defesa, Donald Rumsfeld, ordenou a convocação de mais 3.000
marines pela Corporação dos Fuzileiros Navais. Os militares serão
destacados no próximo ano.
A decisão esbarra em um anúncio anterior de que o contingente
dos EUA seria reduzido de 130 mil
para 105 mil homens até maio
-agora, serão 108 mil.
Segundo um funcionário do
Pentágono, a medida foi anunciada aos militares no início deste
mês e não está ligada à precária situação de segurança no país.
Com agências internacionais
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