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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

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NUCLEAR

Agência Internacional de Energia Atômica não envia, porém, a questão ao Conselho de Segurança, que poderia impor sanções

Agência da ONU ataca Irã por esconder programa nuclear

DA REDAÇÃO

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que faz parte do sistema da ONU, condenou ontem o Irã por esconder boa parte de seu programa de energia nuclear da comunidade internacional durante 18 anos e afirmou que futuras violações do gênero não serão toleradas.
A AIEA não chegou, porém, a enviar a questão ao Conselho de Segurança da ONU, que poderia impor sanções ao Irã. Mas especialistas crêem que Teerã tenha outros segredos relacionados a seu programa nuclear, podendo ser alvo do órgão no futuro.
A AIEA adotou uma resolução que "deplora fortemente" o fato de o Irã ter escondido um programa que inclui o enriquecimento de urânio e o reprocessamento de plutônio -ambos poderiam fazer parte de um programa de armas nucleares.
Mas a resolução, que só foi adotada após uma semana de negociações -das quais participaram a França, a Alemanha, o Reino Unido e os EUA-, também saúda a recente intenção iraniana de cooperar com a AIEA.
Em janeiro de 2002, o presidente George W. Bush incluiu o Irã, ao lado do Iraque do ex-ditador Saddam Hussein e da Coréia do Norte, no que chamou de "eixo do mal". Washington acredita que Teerã use seu programa de energia nuclear para, na verdade, buscar desenvolver armas de destruição em massa.
Teerã diz que seu programa visa apenas produzir energia, apesar de o país ter enormes reservas de petróleo.
O egípcio Mohamed El Baradei, chefe da AIEA, disse, em entrevista coletiva em Viena, ter ficado contente com a resolução, mas acrescentou: "Está claro que a agência está enviando uma mensagem muito séria ao Irã, que agora sabe que futuras violações não serão toleradas".
Para Teerã, a adoção da resolução foi uma vitória para o país. "Essa resolução provou que o Irã manteve suas atividades nucleares com transparência e com exatidão", afirmou o porta-voz da Chancelaria iraniana, Hamid Reza Asefi.
Segundo analistas, Washington discorda dessa interpretação. O governo americano queria que a resolução adotada pela AIEA fosse mais dura.


Com agências internacionais


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