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ORIENTE MÉDIO
Preso em Israel, ele apoiará Mahmoud Abbas na sucessão de Arafat
Barghouti desiste de disputar a ANP
DA REDAÇÃO
O dirigente Marwan Barghouti,
45, anunciou ontem que não disputará com Mahmoud Abbas, 69,
também conhecido como Abu
Mazen, a sucessão de Iasser Arafat como presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Barghouti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça israelense por envolvimento em ataques
terroristas. Em mensagem lida
pelo ministro palestino Kadoura
Fares, que o visitou na prisão da
cidade de Beersheba, ele lançou
apelo pela unidade palestina e disse apoiar a candidatura de Abbas.
A decisão deixou seus partidários indignados. Eles gritaram
"traição!", enquanto sua mulher e
sua filha adolescente, presentes à
leitura da mensagem, em Ramallah, começaram a chorar.
O suspense sobre as intenções
de Barghouti era mantido desde
anteontem. Ele representa a geração mais jovem de palestinos que
cresceu na Cisjordânia e em Gaza
e se opõe aos "exilados", que tinham em Arafat e em Abbas seus
principais representantes.
Pesquisas o indicavam, depois
de Arafat, como o personagem
mais popular em território palestino. Sua reputação cresceu, como
líder do partido Fatah na Cisjordânia, ao comandar a partir de
2000 a segunda Intifada, levante
contra a ocupação israelense dos
territórios palestinos.
As Brigadas dos Mártires de Al
Aqsa, grupo terrorista não-islâmico que integra o organograma
da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), designou-o em comunicado como seu líder,
fato que ele na época negou.
Mazen, agora candidato sem
adversários de peso nas eleições
de 9 de janeiro, manobrou para
esvaziar o grupo de Barghouti.
Anunciou ontem que em agosto
reunirá o congresso que renovará
a direção do Fatah, a maior estrutura dentro da OLP.
Fares encontrou-se com Barghouti na condição de emissário
de Abbas, que prometeu consultá-lo em toda questão importante.
Abbas se opõe à Intifada. Conta
com simpatias implícitas de Israel, cujo papel é importante na
logística eleitoral, já que Gaza e
Cisjordânia permanecem sob seu
controle militar. Abbas, chefe interino da OLP após a morte de
Arafat, é também um nome relativamente confiável para os EUA.
Israel anunciou ontem que não
criará obstáculos à eleição do novo presidente da ANP e que desativará barreiras que dificultarem a
circulação de eleitores palestinos.
Com agências internacionais
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