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Partidos fazem petição para adiar eleições
DA REDAÇÃO
Cerca de 15 importantes partidos e grupos políticos do Iraque assinaram ontem uma petição para que as eleições legislativas de 30 de janeiro sejam
adiadas por até seis meses.
Em seu rancho, em Crawford
(Texas), o presidente dos EUA,
George W. Bush, não demonstrou simpatia pela idéia. "A comissão eleitoral definiu que as
eleições serão em janeiro, e espero que aconteçam em janeiro", disse o presidente.
Entre os signatários da petição estão os dois principais
partidos curdos da região norte
do Iraque -a União Patriótica
do Curdistão e o Partido Democrático do Curdistão, aliados dos EUA- e o grupo de
Adnan Pachachi, importante
líder que ocupou um ministério no extinto Conselho de Governo Iraquiano. Também estiveram no encontro três ministros do atual governo e um representante do Pacto Nacional
Iraquiano -do premiê Iyad
Allawi-, que, no entanto, não
assinou o documento.
Os líderes sunitas pressionam pelo adiamento das eleições com o argumento de que a
violência no país vai impedir o
processo eleitoral. Muitos, como o Partido Islâmico Iraquiano, ameaçam boicotar o pleito
se a data for mantida.
Os dois maiores partidos xiitas, Dawa e Conselho Supremo
para a Revolução Islâmica no
Iraque, não compareceram à
reunião. A ausência evidencia a
divisão religiosa no país entre
sunitas e xiitas.
Oprimidos durante o regime
de Saddam Hussein, um sunita, os xiitas estão ansiosos pelas
eleições, antevendo a oportunidade de chegarem ao poder. O
xiismo é a corrente islâmica
majoritária no Iraque, com
60% da população -os sunitas
somam 20%.
A Constituição interina do
Iraque estabelece que eleições
devem ser realizadas no final
de janeiro de 2005 para a escolha de um Parlamento que indicará um novo governo e supervisionará a redação de uma
Carta definitiva. Cerca de 200
partidos estão participando do
processo em todo o país.
Reunião com rebeldes
O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar
Zebari, anunciou que o governo interino planeja um encontro na Jordânia com líderes da
insurgência. "O objetivo é estender a mão ao maior número
possível de pessoas", afirmou.
O governo interino deseja,
segundo Zebari, "a mais ampla
participação dos iraquianos no
processo [eleitoral], mesmo
daqueles que são oposicionistas". Porém ele condicionou a
participação à "renúncia à violência e ao terror".
Autoridades americanas e
iraquianas sustentam que boa
parte da insurgência está sendo
financiada por milionários
leais a Saddam Hussein que fugiram para países vizinhos antes da invasão do Iraque, em
março de 2003. Muitos deles
estariam ajudando a organizar
a insurgência a partir da Síria e
da Jordânia, enviando milhões
de dólares para os rebeldes que
combatem no Iraque.
A empresa de segurança britânica Global Risk Strategies
anunciou que quatro de seus
empregados foram mortos e 15
ficaram feridos em um ataque
anteontem. O escritório da empresa na Zona Verde de Bagdá
-região mais segura da capital, que abriga embaixadas, hotéis e prédios governamentais- foi atingido por disparos
de um obus. Os quatro funcionários mortos eram do Nepal.
Em Mossul (norte), militares
dos EUA disseram ter descoberto mais 15 corpos, levando a
pelo menos 40 o número de
mortos descobertos nos últimos dez dias. Ainda não está
claro se os corpos achados ontem pertencem a soldados da
Guarda Nacional do Iraque.
Em Fallujah (oeste de Bagdá),
insurgentes mataram dois marines e feriram três em emboscada durante uma operação de
buscas que os americanos faziam em casas da cidade.
Com agências internacionais e "New
York Times"
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