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Israel autoriza que suprimentos humanitários entrem em Gaza
Palestinos mantêm disparos; foguete mata meninas de 5 e 13 anos no território
DA REDAÇÃO
Em respostas a pedidos de
governos e entidades de direitos humanos estrangeiras, Israel reabriu ontem temporariamente os pontos de passagem
para a faixa de Gaza a fim de
permitir a entrada de suprimentos no território onde 1,5
milhão de pessoas enfrentam
uma grave crise humanitária.
A medida foi tomada por ordem do ministro da Defesa,
Ehud Barak, um dia depois de
autoridades israelenses terem
dito ao grupo palestino Hamas
que responderiam aos disparos
de foguetes. Apesar da ameaça,
os ataques continuaram -só
ontem foram mais de dez morteiros e foguetes contra o território israelense.
Um deles atingiu uma casa
em Gaza, matando duas meninas de 5 e 13 anos e ferindo outras quatro pessoas.
A expectativa é a de que com
a entrada dos suprimentos
-que era a principal exigência
palestina para renegociar a trégua expirada no último dia 19-
as tensões arrefeçam.
Raed Fattouh, coordenador
logístico palestino, afirmou que
cerca de cem caminhões carregados de grãos e outros suprimentos humanitários entraram no território durante o dia.
A situação humanitária em
Gaza vem se deteriorando desde que o Hamas passou a dominar o território, em 2007, fazendo dele alvo de bloqueios
por Israel. O grupo venceu as
eleições de 2006 e, em meados
do ano passado, rompeu com a
Autoridade Nacional Palestina,
dominada pelo rival Fatah, ante divergências para formar um
governo de coalizão. Nem Israel nem os EUA reconhecem o
Hamas como interlocutor.
O chefe da Casa Civil israelense, Binyamin Ben-Eliezer,
afirmou que a abertura das passagens era uma mensagem à
população de Gaza de que ela
não era inimiga de Israel. Mas
completou: "A liderança do Hamas a transformou em um saco
de pancadas para todo mundo.
É uma liderança que não se importa com o derramamento do
sangue de seu povo nas ruas".
Embora analistas políticos
vejam um confronto aberto entre israelenses e palestinos como pouco provável devido à
iminência das eleições de ambos os lados, a tentativa do Egito de mediar uma nova trégua
pouco avançou até agora.
O Hamas encontra dificuldades no próprio território para
convencer extremistas a suspenderem os ataques após o
fim da trégua de seis meses.
Os disparos, por sua vez, alimentam a campanha retórica
de Israel, que ameaça lançar
uma ofensiva terrestre limitada contra o território. Amanhã
o gabinete israelense se reúne
para avaliar medidas duras.
Com agências internacionais
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