São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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Israel autoriza que suprimentos humanitários entrem em Gaza

Palestinos mantêm disparos; foguete mata meninas de 5 e 13 anos no território

DA REDAÇÃO

Em respostas a pedidos de governos e entidades de direitos humanos estrangeiras, Israel reabriu ontem temporariamente os pontos de passagem para a faixa de Gaza a fim de permitir a entrada de suprimentos no território onde 1,5 milhão de pessoas enfrentam uma grave crise humanitária.
A medida foi tomada por ordem do ministro da Defesa, Ehud Barak, um dia depois de autoridades israelenses terem dito ao grupo palestino Hamas que responderiam aos disparos de foguetes. Apesar da ameaça, os ataques continuaram -só ontem foram mais de dez morteiros e foguetes contra o território israelense.
Um deles atingiu uma casa em Gaza, matando duas meninas de 5 e 13 anos e ferindo outras quatro pessoas.
A expectativa é a de que com a entrada dos suprimentos -que era a principal exigência palestina para renegociar a trégua expirada no último dia 19- as tensões arrefeçam.
Raed Fattouh, coordenador logístico palestino, afirmou que cerca de cem caminhões carregados de grãos e outros suprimentos humanitários entraram no território durante o dia.
A situação humanitária em Gaza vem se deteriorando desde que o Hamas passou a dominar o território, em 2007, fazendo dele alvo de bloqueios por Israel. O grupo venceu as eleições de 2006 e, em meados do ano passado, rompeu com a Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo rival Fatah, ante divergências para formar um governo de coalizão. Nem Israel nem os EUA reconhecem o Hamas como interlocutor.
O chefe da Casa Civil israelense, Binyamin Ben-Eliezer, afirmou que a abertura das passagens era uma mensagem à população de Gaza de que ela não era inimiga de Israel. Mas completou: "A liderança do Hamas a transformou em um saco de pancadas para todo mundo. É uma liderança que não se importa com o derramamento do sangue de seu povo nas ruas".
Embora analistas políticos vejam um confronto aberto entre israelenses e palestinos como pouco provável devido à iminência das eleições de ambos os lados, a tentativa do Egito de mediar uma nova trégua pouco avançou até agora.
O Hamas encontra dificuldades no próprio território para convencer extremistas a suspenderem os ataques após o fim da trégua de seis meses.
Os disparos, por sua vez, alimentam a campanha retórica de Israel, que ameaça lançar uma ofensiva terrestre limitada contra o território. Amanhã o gabinete israelense se reúne para avaliar medidas duras.


Com agências internacionais


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