São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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ELEIÇÕES NOS EUA

Pré-candidatos trocam acusações antes da primária de New Hampshire; pesquisa apontava favoritismo de Kerry

Em dia de prévia, democratas se atacam

FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A NEW HAMPSHIRE

No dia da segunda prévia democrata, em New Hampshire, os principais pré-candidatos do partido à Presidência elevaram o tom da campanha, fazendo ataques mútuos sobre questões delicadas, como a Guerra do Iraque.
John Kerry abriu uma vantagem de 13 pontos sobre Howard Dean na última pesquisa divulgada antes do início da votação.
Com os resultados finais previstos para depois das 20h (23h em Brasília), as pesquisas mostravam entre 15% e 30% dos eleitores ainda indecisos. Ao menos 180 mil pessoas enfrentaram temperaturas abaixo de -15C para votar em todo o Estado. O candidato democrata enfrentará George W. Bush em novembro.
Uma vitória de Kerry ontem, senador pelo vizinho Massachusetts, garantiria o favoritismo do pré-candidato. Para Dean, ex-governador de Vermont e considerado favorito até antes do início das primárias, um segundo lugar distante poderia comprometer suas chances.
O resultado em New Hampshire era considerado crucial também para Wesley Clark e Joe Lieberman, que fizeram as estréias de suas campanhas no Estado.
Ontem, com os eleitores já em processo de votação, Kerry e Dean subiram o tom dos ataques.
"Ao contrário de Dean, lutei em uma guerra e sei das responsabilidades de um comandante. Tenho mais experiência", disse Kerry.
"Gostaria que Kerry explicasse como pôde votar a favor da guerra com base em informações não confiáveis", reagiu Dean, citando o fato de não terem sido encontradas até agora armas de destruição em massa no Iraque. "E ele (Kerry) ainda diz que é bom em política externa."
Stephanie Cutter, assessora de Kerry, disse: "Dean não é capaz de julgar uma boa política externa mesmo que tropece nela".
Optando por uma "campanha positiva", os pré-candidatos John Edwards, Clark e Lieberman ainda tentavam ganhar votos ontem, telefonando para eleitores e distribuindo chocolate quente na rua.
Na próxima terça-feira, os pré-candidatos democratas voltam a se enfrentar em primárias que ocorrem em sete Estados. Na disputa, estará em jogo a conquista dos votos de 269 delegados que vão participar da Convenção Democrata, no final de julho.
A rodada da semana que vem também incluirá, pela primeira vez, um Estado do sul dos EUA (Carolina do Sul), o que pode mudar novamente os rumos da atual campanha. Pesquisas realizadas no fim de semana, por exemplo, apontavam uma provável vitória de John Edwards no Estado.
Caso isso se confirme, voltariam a aumentar as chances do pré-candidato, que teve um surpreendente segundo lugar em Iowa, na semana passada.
Algumas análises indicam, no entanto, que poderá surgir um novo movimento em torno do "voto útil". O favoritismo de Kerry atrairia cada vez mais eleitores democratas com um propósito comum: derrotar Bush.
Pesquisa do instituto Gallup desta semana mostrou que 51% dos democratas votariam em um candidato com mais chances de derrotar Bush, independentemente de suas propostas.
Até o fechamento desta edição, o resultado final da primária ainda não tinha sido divulgado.


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