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ELEIÇÕES NOS EUA
Pré-candidatos trocam acusações antes da primária de New Hampshire; pesquisa apontava favoritismo de Kerry
Em dia de prévia, democratas se atacam
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A NEW HAMPSHIRE
No dia da segunda prévia democrata, em New Hampshire, os
principais pré-candidatos do partido à Presidência elevaram o tom
da campanha, fazendo ataques
mútuos sobre questões delicadas,
como a Guerra do Iraque.
John Kerry abriu uma vantagem de 13 pontos sobre Howard
Dean na última pesquisa divulgada antes do início da votação.
Com os resultados finais previstos para depois das 20h (23h em
Brasília), as pesquisas mostravam
entre 15% e 30% dos eleitores ainda indecisos. Ao menos 180 mil
pessoas enfrentaram temperaturas abaixo de -15C para votar em
todo o Estado. O candidato democrata enfrentará George W.
Bush em novembro.
Uma vitória de Kerry ontem, senador pelo vizinho Massachusetts, garantiria o favoritismo do
pré-candidato. Para Dean, ex-governador de Vermont e considerado favorito até antes do início
das primárias, um segundo lugar
distante poderia comprometer
suas chances.
O resultado em New Hampshire
era considerado crucial também
para Wesley Clark e Joe Lieberman, que fizeram as estréias de
suas campanhas no Estado.
Ontem, com os eleitores já em
processo de votação, Kerry e
Dean subiram o tom dos ataques.
"Ao contrário de Dean, lutei em
uma guerra e sei das responsabilidades de um comandante. Tenho
mais experiência", disse Kerry.
"Gostaria que Kerry explicasse
como pôde votar a favor da guerra com base em informações não
confiáveis", reagiu Dean, citando
o fato de não terem sido encontradas até agora armas de destruição
em massa no Iraque. "E ele
(Kerry) ainda diz que é bom em
política externa."
Stephanie Cutter, assessora de
Kerry, disse: "Dean não é capaz de
julgar uma boa política externa
mesmo que tropece nela".
Optando por uma "campanha
positiva", os pré-candidatos John
Edwards, Clark e Lieberman ainda tentavam ganhar votos ontem,
telefonando para eleitores e distribuindo chocolate quente na rua.
Na próxima terça-feira, os pré-candidatos democratas voltam a
se enfrentar em primárias que
ocorrem em sete Estados. Na disputa, estará em jogo a conquista
dos votos de 269 delegados que
vão participar da Convenção Democrata, no final de julho.
A rodada da semana que vem
também incluirá, pela primeira
vez, um Estado do sul dos EUA
(Carolina do Sul), o que pode mudar novamente os rumos da atual
campanha. Pesquisas realizadas
no fim de semana, por exemplo,
apontavam uma provável vitória
de John Edwards no Estado.
Caso isso se confirme, voltariam
a aumentar as chances do pré-candidato, que teve um surpreendente segundo lugar em Iowa, na
semana passada.
Algumas análises indicam, no
entanto, que poderá surgir um
novo movimento em torno do
"voto útil". O favoritismo de
Kerry atrairia cada vez mais eleitores democratas com um propósito comum: derrotar Bush.
Pesquisa do instituto Gallup
desta semana mostrou que 51%
dos democratas votariam em um
candidato com mais chances de
derrotar Bush, independentemente de suas propostas.
Até o fechamento desta edição,
o resultado final da primária ainda não tinha sido divulgado.
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