DO ENVIADO ESPECIAL A NEW HAMPSHIRE

Antes das 9h de ontem, Jonathan Biggs, 36, já havia transportado mais de uma dezena de eleitores de John Kerry para a igreja metodista Saint James, um dos principais locais de votação na pequena Marrimack. "Lá vem a concorrência", disse, apontando para outro veículo que trazia dois eleitores de Howard Dean.
As campanhas de Kerry e Dean fizeram com antecedência todo o agendamento de quem precisou de condução para votar ontem. A medida foi tomada depois que os republicanos congestionaram as linhas telefônicas democratas usadas para atender aos eleitores no dia da votação em 2000, segundo foram acusados.
Apesar do precedente, John Edwards e Wesley Clark publicaram ontem nos jornais locais anúncios com os números de telefone para quem necessitasse de transporte.
Além de permitir o transporte de eleitores, as leis de New Hampshire não fazem restrições à prática de boca-de-urna na porta dos locais de votação.
Ao contrário de vários Estados com suas práticas eleitorais confusas, New Hampshire tem um sistema informatizado de votação e de contagem de resultados.
Para votar, o eleitor "pinta" um círculo em uma ficha bem em frente do nome de seu candidato e deposita o voto em uma máquina, que faz a contabilização.
A maior parte dos locais de votação é montada em igrejas, que chegam a ter mais de 50 urnas cada para atender a cerca 4.500 eleitores registrados por seção.
Na igreja Pio 10º, em Manchester, mais de 15% dos eleitores já haviam votado antes das 9h.
Ao contrário do Brasil, onde a Justiça Eleitoral escolhe de forma compulsória quem vai trabalhar de graça nas eleições, New Hampshire faz uma espécie de concurso e paga entre US$ 110 e US$ 135 pelo dia trabalhado.
Até os fiscais de partido, sempre em número proporcional em cada seção, são remunerados. "É um valor razoável, mas começamos às 5h e vamos até meia-noite", disse Cristine Infantine. (FCz)


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