São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Líderes mundiais querem acordo

DA REDAÇÃO

Líderes de diversos países manifestaram ontem o desejo de que a vitória eleitoral do Hamas não impeça as negociações de paz entre israelenses e palestinos.
O governo do Japão pediu à comunidade internacional que conduza o Hamas ao processo de paz no Oriente Médio. Shinzo Abe, chefe-de-gabinete, afirmou que o mundo todo tem de "se esforçar para que o Hamas adote uma atitude pró-ativa rumo ao processo de paz".
Também ontem, o premiê Junichiro Koizumi disse esperar que o Hamas "mude de posição a fim de bloquear os radicais". "Temos de ver como as coisas vão andar", concluiu o premiê japonês.
A China fez coro às manifestações e pediu que o governo palestino recém-eleito procure uma solução pacífica para o conflito com Israel. De acordo com uma declaração da Chancelaria chinesa, que saudou a realização "pacífica das eleições do Conselho Legislativo Palestino", Pequim espera que "todas as facções palestinas mantenham a unidade e resolvam a disputa com Israel por meio de negociações pacíficas e de ações políticas".
O presidente da França, Jacques Chirac, também fez apelos pelo diálogo entre palestinos e israelenses. Chirac exortou o Hamas a fazer "a eleição da paz" e do "reconhecimento de Israel".
O porta-voz da chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, confirmou ontem que ela fará uma visita a Israel e aos territórios palestinos na próxima semana. Segundo Ulrich Wilhelm, a chanceler não programou encontro com nenhum líder do Hamas. O porta-voz disse ainda que "o reconhecimento do direito de Israel à segurança e à sua existência são pontos cruciais e inquestionáveis para a política externa alemã".
Em visita oficial a Washington, o parlamentar libanês Saad Hariri, filho do premiê assassinado Rafik Hariri (1992-98 e 2000-04), disse que o Hamas "precisa avançar na paz com Israel". Mas ressaltou que os palestinos foram vítimas de opressão e que a decisão cabe ao Hamas. "Levará tempo", disse Saad Hariri, que se encontrou com o presidente americano, George W. Bush. Hariri aconselhou ao mundo que tenha "paciência" com o Hamas.
No encontro, Bush disse a Hariri que permitir ao Líbano que seja "livre de influências externas, livre da intimidação síria e livre para traçar seu próprio curso" é uma prioridade dos EUA.

Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em visita a São Paulo, que acha que "a eleição do Hamas vai fazer com que o exercício democrático seja levado a sua plenitude". Lula disse ainda que não acredita que a vitória do Hamas implicará um aumento da violência entre israelenses e palestinos. "Disputar as eleições, fazer parte do Parlamento, fazer a disputa democrática, para depois não ser democrático; não acredito."


Com agências internacionais

Texto Anterior: Pesquisa mostra Israel aberto a diálogo
Próximo Texto: Comentário: Condicionar negociação é erro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.