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"Cabecinha do PCC" é maior comprador, diz PF
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O traficante brasileiro José
Severino da Silva, 37, conhecido como Cabecinha do PCC,
que está na Bolívia, é apontado
-segundo informações da PF
(Polícia Federal)- como maior
comprador de cocaína boliviana trazida ao Brasil.
Durante 2006, com a quadrilha de Cabecinha foram
apreendidos 764 quilos da droga, ou seja, 5,7% do total de
13,37 toneladas de cocaína retiradas de circulação no ano passado em todo o país pela PF.
Apesar do nome Cabecinha
do PCC, em referência ao Primeiro Comando da Capital, a
PF não comprovou se o traficante é um dos líderes da facção
criminosa.
Sabe-se, porém, que ele tem
ligações com integrantes do
PCC, o qual obtém na venda de
drogas receitas para comprar
armas.
Em maio passado, a PF
apreendeu 301 quilos de cocaína em Coxim (MS), no Pantanal, com a quadrilha de Cabecinha. Entre os presos, estava a
irmã do traficante, Elza Aparecida. O valor da droga foi estimado em US$ 1,5 milhão.
Na planície pantaneira, Coxim é um município localizado
ao norte de Mato Grosso do Sul
onde aviões, carregados de cocaína e vindos da Bolívia, fazem
pouso em fazendas para reabastecer ou deixar cocaína a ser
transportada por terra.
Uma forma alternativa de levar droga até lá é por barco, mas
isso depende da cheia dos rios
do Pantanal.
Outra apreensão de cocaína
da quadrilha ocorreu no mês de
março em Cianorte (PR). Foram 463 quilos apreendidos. A
droga era transportada em uma
carreta e o motorista, empregado de Cabecinha, foi preso.
Ao mexer na carga, os policiais federais acharam sacas
com as inscrições "harina integral de soya, indústria boliviana". Dentro delas, estava a cocaína.
No Brasil, Cabecinha tem
condenação de 25 anos por tráfico de drogas. Foi preso em
2002, mas conseguiu fugir no
fim de dezembro de 2005.
A Vara de Execuções Penais
de Juiz de Fora (MG), para onde o traficante fora transferido,
concedeu progressão de regime
a Cabecinha.
Após ganhar o direito de passar alguns dias fora da prisão, o
traficante saiu da cadeia pela
porta da frente e nunca mais
voltou. Fugiu para a Bolívia.
Conforme a PF, antes da prisão de sua quadrilha em maio
passado, Cabecinha circulava
pela região de Corumbá (MS),
município localizado na fronteira com a Bolívia.
A PF tem a informação que o
traficante é dono de uma fazenda em território boliviano, possivelmente na fronteira.
Após a prisão da quadrilha de
Cabecinha, a Justiça Federal
seqüestrou 13 imóveis -casas
de classe média- e 15 carros
que estavam em poder de comparsas de Cabecinha.
(HC)
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