São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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Brasil descuida do tema da coca, afirmam EUA

DO ENVIADO AO CHAPARE

Os EUA avaliam que o Brasil e outros países da região que recebem a cocaína boliviana, como Argentina e Chile, negligenciam as políticas do governo Evo Morales para o plantio de coca, embora mantenham uma colaboração policial com a Bolívia.
"Todos os países da região trabalham bem em temas ligados à apreensão e cooperação policial. O ponto em que temos um problema é ao lidar com as políticas de Morales sobre o plantio de coca", disse à Folha um alto funcionário da Embaixada dos EUA na Bolívia.
"Os EUA gostariam de ver mais esforços coordenados não apenas com o Brasil mas também com outros países no tema de crescimento da coca. Não podemos, na nossa visão, divorciar a coca do narcotráfico", acrescentou.
O Itamaraty não emitiu até agora nenhuma nota sobre anúncios recentes do governo Evo Morales para estímulo da produção e comercialização da coca. Segundo sua assessoria de imprensa, o Brasil prioriza a cooperação em programas agrícolas, como palmito e frutas tropicais, nas regiões cocaleiras.
Na Embaixada do Brasil em La Paz, porém, o setor de cooperação técnica ficou sem titular em 2006 por falta de pessoal: a representação brasileira funcionou com apenas quatro diplomatas durante a maior parte do tumultuado ano passado. Só recentemente recebeu um reforço de sete diplomatas.
Há oito meses, o Brasil pediu autorização para ter um adido da PF em La Paz, mas a Bolívia até agora não respondeu à solicitação.
Já os EUA empregam cerca de 260 pessoas no combate à cocaína na Bolívia, entre os quais diplomatas e funcionários do DEA (agência americana antidrogas). (FM)


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