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Morre o ditador da Indonésia Suharto
Legado de militar, deposto por protestos em 1998 depois de governar por 32 anos com mão-de-ferro, divide indonésios
Apesar do crescimento econômico, regime foi marcado por assassinatos em massa, abusos de direitos humanos e roubo
Reuters
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O presidente da Indonésia, Susilo Bambang, vela o corpo de Suharto entre as filhas do ditador, em Jacarta
DA REDAÇÃO
O ditador da Indonésia Suharto morreu ontem em Jacarta, aos 86 anos, devido a falência múltipla de órgãos. Durante
32 anos (1965-1998), governou
a Indonésia com mão-de-ferro.
Embora tenha colocado o país
na rota do crescimento econômico, foi responsável por centenas de milhares de mortes e é
acusado de ter desviado bilhões
de dólares.
"Convido todo o povo da Indonésia a rezar para que as boas
ações do falecido e sua dedicação à pátria possam ser aceitas
por Deus, todo-poderoso. E, à
família que foi deixada, possa
Deus dar-lhe força suficiente
para enfrentar essa provação",
declarou o presidente Susilo
Bambang Yudhoyono.
Suharto estava hospitalizado
desde o último dia 4. Apesar de
ter sido deposto de forma humilhante em 1998, líderes regionais e boa parte da elite indonésia acorreram a seu leito
de morte prestar-lhe tributos.
O ex-premiê de Cingapura
Lee Kuan Yew e o ex-líder da
Malásia Mahathir Mohamad
viajaram a Jacarta para vê-lo e
destacaram seu papel em estabilizar a região durante os anos
da Guerra Fria.
Enquanto alguns olham a era
Suharto com nostalgia, outros
pediam que o ex-general e sua
família fossem levados à Justiça. "Muitas pessoas perderam
parentes, pais, mães, e acho que
elas precisam de justiça", disse
Usman Hamid, da Comissão
para Pessoas Desaparecidas e
Vítimas da Violência.
Lágrimas
Membros da família de Suharto se reuniram no hospital
Pertamina assim que souberam que seu estado de saúde
havia se deteriorado. O corpo
foi levado à casa da família.
Centenas de pessoas, algumas
delas em lágrimas, acompanharam o trajeto.
"Sempre lembrarei das coisas boas que ele fez para o país.
Nos tempos de Suharto, as coisas eram melhores", disse Helmi, 53, dona de casa.
Yudhoyono e sua mulher, ex-ministros e líderes religiosos
apareceram para o velório, assim como o atual premiê de
Cingapura, Lee Hsien Loong.
Suharto foi deposto em 1998,
em conseqüência da crise financeira asiática, que precipitou uma onda de protestos pelo
retorno da democracia. Quando renunciou, Suharto e sua família controlavam praticamente todos os setores da economia
indonésia. Eram donos de companhias aéreas, hotéis, estradas
privatizadas, rádios e TVs.
Depois que deixou o poder,
Suharto foi acusado de apropriação indébita de centenas de
milhões de dólares, mas o governo depois retirou as acusações devido ao precário estado
de saúde do ditador.
Com agências internacionais
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