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IRAQUE NA MIRA
Guerra continua a dividir Conselho de Segurança; EUA rejeitam solução de compromisso, segundo diplomatas
Tensão marca 1º dia de debate na ONU
DA REDAÇÃO
A primeira reunião do Conselho de Segurança da ONU (CS)
para debater o projeto de resolução que poderá abrir caminho para uma guerra no Iraque, apresentado por EUA, Reino Unido e
Espanha, acabou ontem após graves disputas. Os 15 membros do
CS não conseguiram entrar em
acordo nem sobre temas simples,
como a data da apresentação do
novo relatório sobre as inspeções
das armas iraquianas.
O CS está dividido entre os países que apóiam a posição americana e os que são contrários a ela,
liderados pela França. Num esforço para convencer os membros
do CS a não apoiar o projeto dos
EUA, a França, a Alemanha e a
Rússia defenderam propostas que
permitiriam a permanência dos
inspetores da ONU no Iraque.
Nenhuma votação sobre o tema
deverá ocorrer nos próximos dez
dias, segundo especialistas. De
acordo com diplomatas, o ambiente das discussões no CS foi
"bastante pesado", pois os EUA se
recusaram a aceitar propostas
que pudessem abrir caminho para o consenso.
Todas as atenções e os frenéticos esforços diplomáticos estão
voltados para os seis países que
ainda não definiram claramente
sua posição sobre o assunto
-México, Chile, Paquistão, Angola, Camarões e Guiné. Especula-se que o México deva alinhar-se aos EUA, pois o presidente Vicente Fox teria dito, anteontem,
que o interesse-chave da política
externa de seu país é manter boas
relações com o vizinho.
O México e o Chile criticaram os
membros permanentes do CS
(EUA, Reino Unido, China, França e Rússia), dizendo que eles deveriam chegar a um acordo antes
do início do debate na ONU.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, e seu colega russo, Vladimir Putin, concordaram em
trabalhar em conjunto na busca
de uma solução para a crise iraquiana, levando em conta "os interesses da comunidade internacional", de acordo com Moscou.
A Rússia ainda se opõe à segunda resolução sobre o Iraque, mas
poderá abster-se durante a votação em vez de fazer uso de seu poder de veto. Serguei Lavrov, embaixador da Rússia na ONU, recusou-se a tecer comentários sobre
o acordo entre Putin e Bush.
Por outro lado, num comunicado conjunto, a Rússia e a China
rejeitaram os esforços americanos para conseguir a anuência da
ONU à guerra, afirmando que o
conflito contra o Iraque "pode e
deve ser evitado". "Os dois lados
reiteram sua determinação de
tentar fazer o máximo para chegar a uma solução política para a
questão iraquiana e pensam que a
guerra pode e deve ser evitada",
diz o comunicado russo-chinês.
Para aprovar uma resolução no
CS são necessários nove dos 15
votos, contanto que nenhum dos
cinco membros permanentes
apresente um veto. A estratégia
dos EUA parece ser buscar os nove votos e obrigar franceses, chineses ou russos a ter de vetar o
projeto e a assumir a responsabilidade pela falta de consenso.
A França busca impedir que os
EUA obtenham os nove votos no
CS. Afinal, com isso, ela não teria
de tomar nenhuma decisão sobre
a possibilidade de vetar a iniciativa americana na ONU, o que, segundo especialistas, seria muito
malvisto pelo governo dos EUA.
O premiê britânico, Tony Blair,
reuniu-se com seu colega espanhol, José María Aznar. Já Aznar
se reuniu com o papa João Paulo
2º para discutir a crise iraquiana.
O Vaticano opõe-se à guerra.
Com agências internacionais
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