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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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JUSTIÇA

Plavsic cometeu crime de guerra

ONU condena ex-líder sérvia a 11 anos de prisão

DA REDAÇÃO

O tribunal da ONU para crimes na ex-Iugoslávia condenou ontem a ex-presidente sérvia da Bósnia Biljana Plavsic, 72, a 11 anos de prisão. Plavsic, conhecida como a "dama de ferro dos Balcãs", é a mais alta autoridade a ser condenada pelos crimes cometidos durante as guerras na região durante a década passada.
No ano passado, Plavsic havia feito um "mea culpa", admitindo sua responsabilidade por atrocidades cometidas contra muçulmanos e croatas na Guerra da Bósnia (1992-1995). Cerca de 200 mil pessoas foram mortas ou desapareceram durante o conflito.
Os promotores haviam pedido de 15 a 25 anos de prisão, mas os três juízes da corte determinaram uma pena mais leve ao levar em conta que ela "contribuiu para a paz e a reconciliação para implementar o Acordo de Paz de Dayton, de 1995, mostrou remorsos sobre os crimes cometidos, admitiu sua culpa e se entregou voluntariamente ao tribunal".
Plavsic era, durante a guerra, vice do líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic. Ela assumiu a Presidência em 1996, quando ele foi forçado a deixá-la. Um ano depois, ela rompeu com ele e trabalhou, com o apoio de países ocidentais, para derrubar os aliados de linha dura de Karadzic -um dos acusados mais procurados hoje pelo tribunal. Em 1993, Plavsic havia dito que a limpeza étnica era "um fenômeno natural, não um crime de guerra".
A sentença a Plavsic, menos de um quarto da pena de 46 anos de prisão imposta em 2001 ao ex-general sérvio da Bósnia Radislav Krstic pelo genocídio durante o massacre de Srebrenica, em 1995, provocou revolta entre as vítimas da guerra.
"Estou sem palavras. Estou com calafrios. Estou completamente chocada", disse Mujesira Memisevic, cujos marido e filhos foram mortos na guerra.


Com agências internacionais


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