São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

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ONDA DE REVOLTAS

Rei saudita anuncia novo pacote para evitar revolta

Até 90 mil empregados temporários deverão receber vagas permanentes

Na semana passada, rei anunciou US$ 36 bi em "bondades'; premiê da Tunísia, aliado de líder deposto, deixa o cargo


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O rei Abdullah, da Arábia Saudita, anunciou ontem novo pacote de medidas sociais para evitar que a onda de revoltas no mundo árabe faça da superpotência petrolífera a sua próxima vítima.
O rei, que retornou à Arábia Saudita na última quarta-feira após três meses no exterior para tratamento médico, ordenou que empregados temporários do governo recebam empregos permanentes. O pacote deverá afetar cerca de 90 mil trabalhadores.
Na última quarta, Abdullah, 87, anunciara a concessão de benefícios oficiais no valor de US$ 36 bilhões.
Também ontem, mais de cem intelectuais sauditas publicaram carta aberta ao governo pedindo reformas profundas no país, incluindo a instituição de um regime de monarquia constitucional.
A Arábia Saudita é atualmente uma das mais fechadas ditaduras religiosas do Oriente Médio, governada por uma monarquia sunita.
Anteontem, um site opositor relatou a ocorrência de protestos não confirmados da minoria xiita no leste.
A possibilidade de os protestos chegarem ao país, detentor da maior reserva mundial de petróleo, é motivo de grande preocupação internacional devido à influência sobre o preço da commodity.
Na última semana, Riad anunciou aumento na produção diária de petróleo para compensar queda brusca no seu fornecimento pela Líbia.
A medida visa conter acelerada alta nos preços internacionais do produto nos últimos dias, quando o barril de petróleo tipo Brent bateu em US$ 120 antes de recuar para US$ 112. No começo de janeiro, custava US$ 95.

TUNÍSIA
Na Tunísia, o estopim das revoltas pelo mundo árabe, a persistência dos protestos populares levou o premiê Mohamed Ghannouchi a renunciar. Na véspera, confrontos no país deixaram cinco mortos.
Ghannouchi era ligado ao ditador Zine el Abidine Ben Ali, deposto em janeiro após quase um mês de protestos.
Opositores querem a saída dos membros do governo ligados a Ben Ali e rapidez nas reformas prometidas.
Ghannouchi será substituído por Beji Caid Sebsi, que ocupou a Chancelaria antes da ascensão de Ben Ali.
A crise na Tunísia custou também o cargo da chanceler da França, Michèle Alliot-Marie, que renunciou ontem após virem à tona relações com o regime de Ben Ali.


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