São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2001

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Ataque a Israel domina início de cúpula árabe

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
A cúpula da Liga Árabe, em Amã (capital da Jordânia), cuja abertura coincidiu com os atentados de ontem em Jerusalém, serviu de plataforma para críticas a Israel, mas também expressou apoio ao fim do embargo imposto ao Iraque, reiterou a disposição de fornecer ajuda financeira aos palestinos e incentivou a reconciliação entre seus membros.
Esse é primeiro encontro ordinário dos 22 membros da Liga Árabe desde a invasão do Kuait pelo Iraque, em 1990. A reunião deve terminar hoje.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que "a punição coletiva" empreendida por Israel provocou ódio e desespero nos palestinos, em sua declaração mais dura em relação às medidas israelenses contra a Intifada (levante), iniciada em setembro.
Annan voltou a incentivar a retomada das negociações de paz.
O presidente sírio, Bachar al Assad, afirmou que os eleitores do premiê Ariel Sharon eram produto de uma sociedade que possui "mais racistas do que os nazistas".
Paralelamente às atividades da cúpula, Bachar deu um ramo de oliveira ao líder palestino Iasser Arafat, antigo desafeto de seu pai, Hafez al Assad. Foi o primeiro encontro de cúpula sírio-palestino desde 1996.
O ditador iraquiano, Saddam Hussein, convocou os países árabes à mobilização militar para a libertação dos territórios palestinos. "Não aceitamos nenhum regateio sobre a Palestina", afirmou em comunicado lido por seu representante na conferência.
Saddam não fez referência às sanções da ONU pela invasão do Kuait, e as discussões sobre uma reconciliação entre iraquianos e kuaitianos não tiveram sucesso.
Arafat acusou Israel de praticar "terrorismo de Estado", mas disse estar disposto a voltar à mesa de negociações imediatamente.
Para o chanceler israelense, o pacifista Shimon Peres, os atentados de ontem em Jerusalém foram uma "mostra de força para causar impacto sobre a cúpula árabe" e sobre Israel.
Manifestantes em Gaza e na Cisjordânia convocaram um "dia de ira" e pediram que os líderes árabes tomassem ações enérgicas contra Israel.


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