|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Guerra no Iraque poderá durar meses, afirmam analistas
DOUGLAS HAMILTON
DA REUTERS, EM DOHA (KUAIT)
As próximas 48 horas podem
oferecer pistas para determinar os
EUA vão avançar em direção a
Bagdá com as forças de que já dispõem ou se esperarão uma ou
mais semanas por reforços.
"Não espero que nada aconteça
muito rapidamente", disse o coronel Christopher Langton, diretor de estudos militares no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres, quando
indagado sobre sua estimativa para a duração da guerra. "Pode demorar ainda um mês, ou mais."
Frank Umbach, analista de defesa e segurança do Conselho de
Relações Exteriores da Alemanha,
concorda. "Diria que é, no mínimo, uma questão de semanas, e
não descartaria que o conflito se
arrastasse por uns dois meses."
Antes da guerra, generais reformados, entre os quais Wesley
Clark, que comandou a campanha da Otan contra a ex-Iugoslávia, em 1999, ressaltaram, com inquietação, que várias divisões pesadas não haviam chegado ainda.
"O governo Bush transmitiu a
impressão de que o governo iraquiano não estava firme, que boa
parte do Exército não combateria
e que o povo iraquiano receberia a
força de invasão com flores e saudações", afirmou o "New York Times" em editorial. Isso talvez venha a acontecer, acrescentou o
jornal, mas, em uma semana de
guerra, não é o que transcorreu.
O jornal "The Washington
Post" disse ontem que muitos comandantes crêem que a combinação de resistência iraquiana e linhas de suprimento vulneráveis
entre a frente e o Kuait ditariam
uma parada temporária enquanto a 4ª Divisão de Infantaria não
chega ao teatro de operações.
A maior parte da divisão está
navegando pelo mar Vermelho
em direção ao golfo Pérsico, para
desembarque no Kuait.
O jornal afirma que diversos
funcionários e oficiais do Departamento da Defesa crêem agora
que a guerra vá durar meses.
Novos reforços de tropas pesadas, como o 3º Regimento de Cavalaria Blindada e a 1ª Divisão de
Cavalaria, demorariam meses a
chegar ao Iraque, disseram.
E Langton diz que a marcha em
direção a Bagdá demorou mais
que o esperado. "O avanço para
Bagdá, ainda que rápido em termos gerais, foi mais lento que o
esperado, deu esperanças às forças iraquianas e permitiu que se
preparassem melhor".
A crescente confiança dos iraquianos é um diversos fatores que
podem influenciar a escolha final
dos planejadores militares.
Veículos domésticos adaptados
para o deserto e armas antiquadas
parecem estar fazendo efeito.
Analistas militares dizem que até
algumas unidades do Exército regular parecem estar resistindo
mais do que se esperava, entre
elas uma força da Guarda Republicana ao sul de Bagdá que deteve um ataque por dezenas de Apaches nesta semana.
Texto Anterior: Táticas iraquianas só prolongarão confronto Próximo Texto: Bush e Blair admitem guerra longa Índice
|