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EUA e Irã fazem acordo tácito
sobre guerra
AFSANÉ BASSIR POUR
DO "LE MONDE", EM TEERÃ
Diplomatas começam a
confirmar o que os iranianos
já desconfiavam desde o início da guerra: que existe um
entendimento tácito entre os
EUA e o Irã, inimigos ferrenhos nas últimas décadas.
"A mensagem enviada pelos EUA a Teerã foi simples",
explica um embaixador ocidental. "Não nos atrapalhem, e nós não interviremos em seus assuntos." O
Irã concordou.
O porta-voz do governo,
Abdullah Ramezanzadeh,
anunciou, por exemplo, que
o Irã não permitirá que os
combatentes xiitas iraquianos presentes em seu território intervenham no conflito.
"Nossas fronteiras permanecerão fechadas",disse.
Sediado no Irã, o Conselho
Supremo da Revolução Islâmica no Iraque (CSRII),
principal organização da
oposição xiita iraquiana,
treinou no Irã a brigada
Badr, que teria entre 10 mil e
15 mil homens.
O Conselho defende [a
adoção de] um sistema islâmico à iraniana no Iraque.
Mas já recebeu "ordens" dos
EUA de se manter à distância. "Os americanos não
querem nenhuma intervenção dos xiitas iraquianos que
vivem no Irã", explica uma
fonte bem informada.
"Não é do interesse do Irã
intervir nesse conflito, pois o
establishment iraniano teme
que, depois do Iraque, os
EUA se voltem contra o Irã",
diz um embaixador ocidental. O país, ao lado do Iraque
e da Coréia do Norte, foi incluído pelo presidente George W. Bush no "eixo do mal"
-grupo de países que busca
desenvolver armas de destruição em massa.
Os EUA e o Reino Unido
tomaram medidas para
tranquilizar Teerã. Segundo
o embaixador britânico no
Irã, Richard Dalton, a coalizão "quer que os iranianos
saibam que não queremos
conflito com o Irã".
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