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ISRAEL
Procurador-geral decidirá se vai ou não em frente com processo em que primeiro-ministro é acusado de receber propina
Promotora pede indiciamento de Sharon
DA REDAÇÃO
A promotora israelense Edna
Arbel recomendou o indiciamento do primeiro-ministro Ariel
Sharon por supostamente ter
aceitado suborno de um empresário local. Segundo a televisão israelense, Arbel apresentará nos
próximos dias sua peça acusatória ao procurador-geral, Menachem Mazuz, que deverá decidir
se vai ou não em frente com o indiciamento. Sua decisão deve ser
anunciada dentro de mais ou menos um mês.
O foco da acusação é o escândalo conhecido como "Caso da Ilha
Grega", no qual um famoso empreendedor do setor imobiliário
em Israel, David Appel, teria pago
a Gilad, filho do premiê, uma
grande soma de dinheiro para
que Sharon, à época ministro das
Relações Exteriores, usasse sua
influência para ajudar o empresário a promover um projeto de turismo na Grécia, em 1999.
No dia 21 de janeiro passado,
Appel, que também dava dinheiro ao Likud, partido do premiê,
foi acusado de ter pago US$ 690
mil em propina a Gilad para ajudar no projeto turístico e também
para modificar o zoneamento de
Tel Aviv de forma a beneficiar
seus negócios. Nenhum dos projetos acabou se concretizando.
Ehud Olmert, que hoje ocupa o
posto de vice-primeiro-ministro,
também é citado como envolvido
no escândalo. À época, ele era prefeito de Jerusalém. A promotoria,
contudo, não recomendou seu indiciamento, por insuficiência de
provas.
O advogado de Appel, Moshe
Israel, nega todas as acusações.
Se Sharon for de fato indiciado,
os precedentes legais dizem que
ele deve afastar-se do cargo até o
fim do processo.
O primeiro-ministro israelense
também está implicado em outro
caso relacionado ao financiamento de sua campanha em 1999.
O premiê já enfrenta problemas
com a sua popularidade, principalmente pelo fato de não conseguir pôr um fim à ameaça terrorista. Não se sabe ainda como esse
novo desdobramento do escândalo poderá afetar sua aprovação.
Pesquisa de janeiro, contudo,
apontava que a maioria dos israelenses era favorável à renúncia do
premiê na hipótese de ficar comprovado seu envolvimento em casos de corrupção.
As leis do governo israelense
não obrigam que um primeiro-ministro indiciado ou condenado
peça renúncia.
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