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ÁSIA
Líder também fala em usar força contra manifestações
Após megaprotesto, presidente de Taiwan já admite recontar votos
DA REDAÇÃO
Nos maiores protestos da história de Taiwan, cerca de meio milhão de simpatizantes do candidato derrotado à Presidência do
país foram às ruas de Taipé para
exigir uma recontagem dos votos.
Lien Chan, do Partido Nacionalista (Kuomitang), perdeu o pleito
do dia 20 para o presidente Chen
Shui-bian, que foi reeleito para o
cargo por estreita margem. Desde
então, tem havido manifestações
diárias diante dos escritórios da
Presidência. Taiwan tem 22,5 milhões de habitantes.
Ontem, Chen disse que ordenou às autoridades policiais que
acabem com os protestos, mas
também acenou com propostas
conciliatórias, falando até em
aceitar a recontagem. "Pedi às
agências relevantes que restaurem a ordem na capital antes da
próxima semana. Não podemos
tolerar mais isso", disse Chen a
jornalistas em sua primeira entrevista coletiva desde as eleições. O
governo Chinês, que considera
Taiwan uma "Província rebelde",
já havia alertado contra a "convulsão social" no arquipélago.
Chen venceu o pleito de sábado
-a terceira eleição presidencial
direta- por uma diferença de
apenas 30 mil votos em mais de 13
milhões de sufrágios. A oposição
acusa fraude e considera suspeito
o atentado de que Chen e sua vice
teriam sido vítimas na sexta-feira
anterior à votação. Chen teria recebido um tiro de raspão no abdômen. Ninguém foi preso.
Num gesto um pouco mais conciliatório, o presidente também
ofereceu-se para dialogar "sem
precondições" com Lien. "Na segunda-feira, sem nenhuma condição, quero encontrar-me com o
sr. Lien", afirmou. O reeleito presidente também disse que aceitaria uma recontagem, mas ressaltou que as leis do país precisam
ser alteradas para que isso ocorra.
Pediu aos legisladores que emendem as normas eleitorais. "Não
fraudamos as eleições, então por
que temeríamos uma recontagem?", inquiriu.
Segundo a Prefeitura de Taipé,
cerca de 470 mil manifestantes,
muitos deles carregando bandeirolas de Taiwan, enfrentaram a
fria garoa para protestar contra
Chen. O nacionalista Lien Chan
falou à multidão. "Se alguém se
vale de meios odiosos para chegar
ao poder, este poder não será efetivo nem será respeitado", disse
Lien, que também pediu uma investigação sobre o atentado.
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