São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

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CASAL 20

Coudry e Julliard viraram alvo da mídia

Belos são "rosto" de movimento estudantil

DO ENVIADO A PARIS

Quem tem mais cacife político para amedrontar o governo são os sindicalistas, como o secretário-geral da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), o feioso Bernard Thibault. Mas dois rostinhos estudantis, bonitos e jovens, é que têm emergido rumo à fama na revolta do CPE.
Ela é Julie Coudry, 27, líder da CE (Confederação Estudantil). Ele é Bruno Julliard, 25, presidente da Unef (União Nacional dos Estudantes).
Estão em jornais e TVs francesas, são alvos da mídia estrangeira. Em parte pelo que têm a dizer, mas muito também por terem uma imagem "agradável" ao espetáculo midiático que se tornou a crise.
Se a revolta dos incendiários do ano passado não tinha rosto -foi liderada por centenas de anônimos "feios, sujos e malvados" da periferia-, esta agora parece ter duas estrelas de comercial.
O ápice veio sábado, quando os dois leram, em frente à residência oficial do governo francês, um comunicado conjunto esnobando o convite do premiê Dominique de Villepin para um encontro.
"Isso está ficando sério, e Villepin parece estar de provocação. Estamos mobilizados há dois meses e não vamos parar até que a lei seja retirada", afirmou Coudry. Ex-integrante da Unef e primeira líder da CE, uma dissidência da união fundada em 2003, tem cabelos cacheados e usa uma boina como marca registrada.
"Sua posição está colocando seu país numa situação extremamente séria, terreno fértil para os excessos que todos condenamos", completou Julliard, comparado a Daniel Cohn-Bendit, o líder da revolta estudantil de maio de 1968 que, com dupla cidadania, hoje representa a Alemanha no Parlamento Europeu.


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