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ITÁLIA
Em posição desfavorável nas pesquisas, premiê italiano busca apoio do eleitorado que associa imigrantes à criminalidade
Em fim de campanha, Berlusconi encampa o medo da imigração
DA REDAÇÃO
Dando prosseguimento a seu
plano de ganhar votos por meio
de afirmações de grande impacto,
o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse ontem não
querer que "a Itália se torne um
país multiétnico e multicultural".
O premiê de centro-direita está
em desvantagem de 3 a 5 pontos
nas pesquisas de intenção de voto
para as legislativas dos próximos
dias 9 e 10. No poder desde 2001,
sua reeleição é ameaçada por Romano Prodi, líder da oposição de
centro-esquerda e ex-presidente
da Comissão Européia.
Sua rejeição à multietnicidade
agrada setores conservadores da
população que associam a imigração ao aumento da criminalidade.
Economistas e demógrafos acreditam que só o ingresso constante
de imigrantes compensará a baixa
taxa de natalidade no país. "Não
daremos as boas-vindas àqueles
que prejudicam e põem em perigo os cidadãos italianos", disse.
Na sexta-feira o presidente Carlo Ciampi apelou para que a campanha "baixasse de tom" para não
gerar tensões artificiais.
A oposição viu no apelo de
Ciampi um puxão de orelha em
Berlusconi, para quem "a democracia está em perigo", as esquerdas "alimentam a violência" e "há
fuga de capitais". O premiê tem
ainda acusado a oposição de
"mentir" sobre a suposta estagnação econômica, por não levar em
conta a produção informal.
Associando o bloco de centro-esquerda aos comunistas, o premiê afirmou há quatro dias que,
nos tempos de Mao Tsé-Tung, os
comunistas chineses "não chegavam a comer crianças, mas as ferviam para adubar a lavoura".
As pesquisas eleitorais estão
desde sábado proibidas na Itália.
Com um quarto do eleitorado indeciso, o primeiro-ministro acredita poder reconquistar espaço
incitando temores.
O "Corriere della Sera" divulgou ontem que entre 1º de janeiro
e 15 de março os três canais de TV
da Mediaset, nas quais o premiê
tem 38% do capital, deram a ele 10
horas e 21 minutos de exposição,
contra uma hora e 35 minutos para o oposicionista Romano Prodi.
Com agências internacionais
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