São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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Reforma financeira será o próximo desafio

DE WASHINGTON

Com a reforma do sistema de saúde aprovada, o presidente Barack Obama poderá dedicar sua atenção e a da base governista para outras reformas vitais para o seu governo antes das eleições de novembro, quando seu governo se arrisca a perder as maiorias que detém atualmente na Câmara dos Representantes e no Senado.
A primeira da fila é a reforma do sistema financeiro, um pacote de medidas para impedir os excessos de Wall Street que a Casa Branca considera em grande medida responsáveis pela crise econômica. Nesta semana, o senador democrata Chris Dodd conseguiu dar um importante passo e aprovou sua versão da lei na Comissão do Sistema Bancário do Senado. O texto inclui a criação de um imposto sobre grandes bancos para que eles devolvam aos cofres públicos o dinheiro dos pacotes de estímulo bilionários aprovados pelo governo.
Obama também deve impulsionar a elaboração de novas leis para combater o alto desemprego no país, um dos efeitos colaterais da crise que mais têm demorado a se dissipar.
Embora tenha prometido fazer da lei de combate à mudança climática uma das prioridades de sua agenda legislativa em 2010, é pouco provável que Obama faça um grande esforço para ver o tema polêmico discutido no Senado neste ano. A Câmara já aprovou projeto que torna lei uma meta de redução de 17% nas emissões de carbono até 2020, em relação aos níveis de 2005 -que, de mais a mais, é vista como modesta por ambientalistas.
Outra reforma que o presidente diz considerar crucial é a migratória. Mas mudar as leis de imigração em geral implica em criar um caminho para a cidadania dos estimados 12 milhões de não documentados que vivem hoje nos EUA. E esse é um tema ainda mais explosivo do que a reforma da saúde. Dada a contagem regressiva para as eleições legislativas de novembro, há poucas expectativas de que um texto seja votado ainda em 2010.
O presidente precisa ainda de apoio legislativo para cumprir a sua promessa de fechar a prisão em Guantánamo, embora tenha perdido o prazo inicial que se autoimpôs, de janeiro deste ano. O Congresso até agora se negou a aprovar financiamento para propostas que envolvem a transferência de detentos da base naval para território americano, como a compra pelo governo federal de uma prisão de segurança máxima no Estado de Illinois para abrigá-los.
Por fim, o Senado tem de ratificar o novo tratado de redução do arsenal nuclear com a Rússia, fechado na sexta. (AM)


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