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Reforma financeira será o próximo desafio
DE WASHINGTON
Com a reforma do sistema de
saúde aprovada, o presidente
Barack Obama poderá dedicar
sua atenção e a da base governista para outras reformas vitais para o seu governo antes
das eleições de novembro,
quando seu governo se arrisca a
perder as maiorias que detém
atualmente na Câmara dos Representantes e no Senado.
A primeira da fila é a reforma
do sistema financeiro, um pacote de medidas para impedir
os excessos de Wall Street que a
Casa Branca considera em
grande medida responsáveis
pela crise econômica. Nesta semana, o senador democrata
Chris Dodd conseguiu dar um
importante passo e aprovou
sua versão da lei na Comissão
do Sistema Bancário do Senado. O texto inclui a criação de
um imposto sobre grandes bancos para que eles devolvam aos
cofres públicos o dinheiro dos
pacotes de estímulo bilionários
aprovados pelo governo.
Obama também deve impulsionar a elaboração de novas
leis para combater o alto desemprego no país, um dos efeitos colaterais da crise que mais
têm demorado a se dissipar.
Embora tenha prometido fazer da lei de combate à mudança climática uma das prioridades de sua agenda legislativa
em 2010, é pouco provável que
Obama faça um grande esforço
para ver o tema polêmico discutido no Senado neste ano. A
Câmara já aprovou projeto que
torna lei uma meta de redução
de 17% nas emissões de carbono até 2020, em relação aos níveis de 2005 -que, de mais a
mais, é vista como modesta por
ambientalistas.
Outra reforma que o presidente diz considerar crucial é a
migratória. Mas mudar as leis
de imigração em geral implica
em criar um caminho para a cidadania dos estimados 12 milhões de não documentados
que vivem hoje nos EUA. E esse
é um tema ainda mais explosivo do que a reforma da saúde.
Dada a contagem regressiva para as eleições legislativas de novembro, há poucas expectativas de que um texto seja votado
ainda em 2010.
O presidente precisa ainda
de apoio legislativo para cumprir a sua promessa de fechar a
prisão em Guantánamo, embora tenha perdido o prazo inicial
que se autoimpôs, de janeiro
deste ano. O Congresso até agora se negou a aprovar financiamento para propostas que envolvem a transferência de detentos da base naval para território americano, como a compra pelo governo federal de
uma prisão de segurança máxima no Estado de Illinois para
abrigá-los.
Por fim, o Senado tem de ratificar o novo tratado de redução do arsenal nuclear com a
Rússia, fechado na sexta.
(AM)
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