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IRAQUE OCUPADO
As ações, semelhantes aos bombardeios da guerra em 2003, marcam o fim do ultimato aos insurgentes
EUA atacam Fallujah e matam 64 em Najaf
DA REDAÇÃO
O Iraque passou ontem por um
dia de guerra, embora o fim dos
combates principais tenha sido
declarado há quase um ano, com
o forte bombardeio da cidade sunita de Fallujah pelos EUA e um
confronto entre soldados americanos e radicais xiitas que matou
até 64 iraquianos perto de Najaf.
Analistas acreditam que as duas
ações devam se estender pelos
próximos dias e possam estimular
novos levantes contra os EUA.
As imagens do bombardeio em
Fallujah evocaram as cenas da
guerra propriamente dita, entre
março e abril de 2003. Desde que
o presidente George W. Bush declarou o fim dos principais combates, em 1º de maio, não ocorria
uma campanha aérea tão intensa.
A ação foi acompanhada pelo
avanço de tanques. O ataque começou pouco após o fim do prazo
fixado pelos EUA para que os rebeldes depusessem suas armas.
Testemunhas disseram ter ouvido cerca de dez explosões por minuto, ao longo de meia hora, mas
as informações sobre a operação
ainda eram imprecisas e não havia estimativas de mortos. O comando americano disse apenas
que reagiu a um ataque a seus marines e usou artilharia precisa.
A morte de quatro civis americanos e o desmembramento de
seus corpos por insurgentes em
Fallujah, no início do mês, deram
origem a confrontos entre insurgentes e militares americanos que
resultaram na morte de cerca de
600 iraquianos. Seguiu-se um turbulento cessar-fogo.
Desde o início das negociações
com os insurgentes -simpatizantes do regime deposto-, os
EUA enfrentam um dilema: prometem extinguir a insurgência
sem ceder a suas exigências, mas
lidam com uma alta probabilidade de baixas civis.
"A Autoridade Provisória da
Coalizão sabe muito bem que um
banho de sangue [em Fallujah]
pode ser drástico e duradouro",
disse o enviado da ONU ao Iraque, Lakhdar Brahimi, momentos
antes do ataque.
Na outra frente de ação, Najaf,
os EUA enfrentam conseqüências
semelhantes ante a resistência da
milícia do clérigo radical xiita
Moqtada al Sadr, a quem os EUA
juraram prender ou matar.
A invasão da cidade considerada sagrada pelos xiitas vem sendo
protelada pelos EUA. Mas embates são diários. No mais sangrento
deles, ontem, ao menos 64 insurgentes foram mortos, segundo os
EUA, perto de Kufa (a 10 km de
Najaf). Um porta-voz de Al Sadr
disse que o número não passa de
19, e hospitais locais, a 23.
A ação também foi deflagrada
contra uma posição da insurgência onde havia artilharia antiaérea, disse o comando americano,
horas após a emissão de um ultimato para que Al Sadr tirasse sua
milícia de mesquitas e santuários.
Em Bagdá, um americano morreu em ataque, fazendo com que o
número de soldados dos EUA
mortos neste mês se equiparasse
ao das seis semanas de guerra, 115.
Também ontem, a Cruz Vermelha visitou o ex-ditador Saddam
Hussein, que hoje completa 67
anos, pela segunda vez desde sua
captura pelos EUA, em dezembro
último. Considerado prisioneiro
de guerra, Saddam é mantido em
local não revelado e deve ser submetido a julgamento no Iraque.
Com agências internacionais
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