São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2004

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Governo interino pode sair em maio, diz ONU

DA REDAÇÃO

Apesar da violência, é possível que o governo interino do Iraque seja escolhido até o fim de maio, disse ontem ao Conselho de Segurança da ONU o enviado da entidade ao país, Lakhdar Brahimi.
Brahimi apresentou formalmente sua proposta, que prevê que "iraquianos proeminentes", nomeados pela ONU, assumam o controle do país quando a Autoridade Provisória de Coalizão for extinta, em 30 de junho. "Embora não seja fácil, creio ser possível identificar, até o fim de maio, um grupo de pessoas respeitadas e aceitas pelos iraquianos para formar esse governo", disse.
O gabinete deve contar com um premiê, um presidente e dois vices. Até agora, entretanto, não se sabe como eles serão escolhidos.
Visando um maior apoio internacional, os EUA acataram a proposta, mas defendem que a soberania iraquiana seja limitada, com restrições sobre a criação de leis e o controle das Forças Armadas.
"Não há alternativa senão achar um meio de tornar o processo [transitório] viável e crível", disse Brahimi. "Para isso é preciso chegar a um consenso claro sobre as relações entre o governo interino soberano, as antigas potências ocupantes e quaisquer forças estrangeiras que permaneçam no país após 30 de junho", afirmou.
O argelino Brahimi sofreu críticas ao retornar aos EUA por se manifestar contra o apoio de Washington a Israel. "O trabalho do sr. Brahimi não é esse", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher.
No domingo, Brahimi dissera que o apoio americano a Israel dificultava o trabalho no Iraque. Dias antes, ele declarara a uma rádio francesa que a política israelense de dominação "representa um grande veneno para a região".


Com agências internacionais

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