São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2004

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Ditador sírio apóia grupos extremistas islâmicos

DA REDAÇÃO

Difícil imaginar a motivação de grupos terroristas islâmicos para atacar em Damasco, já que a Síria hoje é acusada, por Israel e EUA, de abrigá-los e apoiá-los.
Não foi sempre assim. Em fevereiro de 1982, uma rebelião de extremistas islâmicos na cidade de Hama foi esmagada pelo ditador Hafez al Assad (1970-2000). Segundo grupos de direitos humanos, milhares foram mortos (fala-se em até 20 mil).
Já a minoria curda do país, quase 10% da população, entrou em conflito com forças de segurança em março último, após distúrbios numa partida de futebol. Ao menos 24 curdos teriam morrido (há relatos de mais mortes) e mil teriam sido detidos. Damasco teme que os curdos sírios tentem obter mais autonomia, inspirados nos curdos do norte do Iraque.
A Síria faz parte da lista de países que os EUA acusam de apoiar o terror. É acusada ainda de permitir ou não impedir a entrada de "combatentes estrangeiros" no vizinho Iraque.
Damasco abriga sedes de grupos terroristas palestinos como o Hamas e é um dos principais apoiadores do Hizbollah, o grupo extremista xiita libanês.
O Congresso dos EUA aprovou no final do ano passado lei que estabelece sanções diplomáticas e econômicas contra a Síria "por desenvolver armas de destruição em massa, apoiar o terrorismo e ocupar o Líbano".
Em 2000, após a morte do pai, o jovem Bachar al Assad, formado em oftalmologia no Reino Unido, chegou ao poder fez com que alguns vislumbrassem uma abertura política e econômica.
Assad pai dominou a Síria com mão-de-ferro ao longo de quase três décadas, alegando a "ameaça sionista": Israel ocupa até hoje o Golã, tomado na guerra de 1967.
Mas Assad filho era inexperiente politicamente. E analistas crêem que os assessores linha-dura do pai acabaram por dar o tom duro de seu governo, após pequenos sinais de abertura.
No ano passado, a queda do ditador Saddam Hussein, do mesmo partido de Assad, o Baath, novamente deu esperanças de abertura na Síria, o que ainda não ocorreu.


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