DA REUTERS

As relações dos EUA com Qatar estão sendo prejudicadas pela cobertura "inflamatória" da situação no Iraque feita pela Al Jazira, rede de TV financiada pelo governo qatariano, aliado dos EUA no golfo Pérsico, segundo funcionários americanos.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, falou aos qatarianos, que abrigaram o QG americano para a Guerra do Iraque, sobre o que Washington vê como sendo informações imprecisas e antiamericanas divulgadas no canal via satélite, que possui grande audiência árabe.
"A amizade entre nossos dois países é tal que também podemos discutir questões difíceis que se interpõem em nosso relacionamento, tais como a questão da cobertura feita pela Al Jazira", disse Powell, ao lado do chanceler de Qatar, Hamid bin Jassim.
A Casa Branca faz críticas persistentes à rede, mas nunca antes reclamou dela aos qatarianos de forma tão aberta.
Um representante do Departamento de Estado disse que os EUA tentaram convencer Qatar a cortar o financiamento da Al Jazira, argumentando que não é do interesse do país que o sentimento antiamericano se intensifique.
"A cobertura falsa diz que estamos usando bombas de fragmentação em lugares onde não as estamos usando, que estamos atacando mesquitas em lugares onde não as estamos atacando, ou que estamos matando pessoas em lugares onde não matamos ninguém", disse Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado. "Esse tipo de cobertura inflamatória vem tornando a situação mais perigosa para americanos, para iraquianos e para outros na região", disse.
A pressão sobre a Al Jazira é feita em meio à tentativa dos EUA de fazer com que a Guerra do Iraque seja retratada de forma mais "limpa", para não perder apoio.
A cobertura da guerra feita pela Al Jazira inclui mais imagens chocantes e explícitas de vítimas, especialmente crianças. Muitos árabes, incluindo americanos de origem árabe, consideram a rede mais precisa do que a televisão americana.


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