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Brasil checará em aviões quem vem de áreas de risco
Onze pessoas que estiveram em países atingidos estão isoladas em seis Estados
Anvisa fala em motivo para "preocupação'; milhares de panfletos informativos já foram distribuídos e 100 mil máscaras serão compradas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Passageiros vindos do México, dos EUA e do Canadá que
chegarem ao Brasil com sintomas da gripe suína serão examinados por um médico da Infraero e técnicos da Anvisa ainda dentro da aeronave.
A medida do Gabinete Permanente de Emergência, que
monitora a disseminação da
gripe, é para evitar uma possível propagação do vírus pelo
país. Desde ontem, 11 pacientes
que estiveram em áreas de risco se encontram em observação em seis Estados.
Caso a avaliação inicial aponte a possível infecção pelo vírus
H1N1, causador da gripe suína,
os passageiros serão encaminhados, em ambulância, a um
dos 49 hospitais de referência,
informou ontem a Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Os demais passageiros que
estiverem no mesmo voo, principalmente os que se sentaram
próximos à pessoa com os sintomas, serão monitorados.
A tripulação do avião deve informar à torre de comando, antes do pouso, se há passageiros
com sintomas da doença. Até o
fim da tarde de ontem, não havia ocorrido nenhum caso, de
acordo com a Anvisa.
Todos os dias, cerca de 6.000
passageiros chegam ao país
vindos dos EUA e do México,
segundo a agência. Dos 27 voos,
21 pousam em São Paulo.
Além da abordagem no avião,
o Ministério da Saúde distribuiu ontem 80 mil panfletos
nos principais aeroportos; outros 70 mil seriam entregues
ainda na noite de ontem. Mensagens sonoras também devem
ser veiculadas nos aviões.
A agência recomenda o uso
de máscaras durante o voo por
passageiros com suspeita de
contágio e pelos funcionários
do órgão que lidarem com eles.
A Anvisa informou ainda que
irá comprar 100 mil máscaras.
Casos no país
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, disse ontem que, devido à forma de
transmissão da doença, a chance de o vírus da gripe suína chegar ao Brasil é maior do que foi
a do vírus da gripe asiática, em
2003. Apesar disso, a população não deve entrar em pânico,
afirma a Anvisa. "Não é motivo
para alarme. Preocupação,
sim", disse José Agenor Alvares, responsável pela área de
portos e aeroportos.
Em nota, o Ministério da
Saúde disse que acompanha "11
viajantes procedentes de áreas
afetadas que apresentaram alguns sintomas". São 3 em Minas Gerais, 2 no Rio, 2 no Amazonas, 2 no Rio Grande do Norte, 1 em São Paulo e 1 no Pará.
Segundo a nota, "nenhuma
dessas pessoas preenche a definição de caso suspeito".
Em Belo Horizonte, um casal
de 29 anos vindo de Cancún
(México) e um homem de 35
vindo de Nova York foram isolados no Hospital das Clínicas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em Manaus, disse que tem sido informado pelo ministro da Saúde,
José Gomes Temporão (que está na Turquia), sobre a gripe.
"Graças a Deus até agora não
chegou, e espero que nunca
chegue ao Brasil", disse.
Em Ribeirão Preto, o governador de São Paulo, José Serra,
disse ter sido informado sobre
a doença: "Ela é transmitida
dos porquinhos para as pessoas
só quando eles espirram", afirmou. "Portanto, a providência
elementar é não ficar perto de
porquinho algum." Mas, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), há risco de
transmissão entre humanos.
Segundo o Ministério da Saúde, o México demorou para
alertar os organismos internacionais sobre a situação no país,
que teria registrado casos desde meados de março.
(JOHANNA NUBLAT, MAURÍCIO MORAES, KÁTIA BRASIL E MARCELO TOLEDO)
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