São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

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Brasil checará em aviões quem vem de áreas de risco

Onze pessoas que estiveram em países atingidos estão isoladas em seis Estados

Anvisa fala em motivo para "preocupação'; milhares de panfletos informativos já foram distribuídos e 100 mil máscaras serão compradas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Passageiros vindos do México, dos EUA e do Canadá que chegarem ao Brasil com sintomas da gripe suína serão examinados por um médico da Infraero e técnicos da Anvisa ainda dentro da aeronave.
A medida do Gabinete Permanente de Emergência, que monitora a disseminação da gripe, é para evitar uma possível propagação do vírus pelo país. Desde ontem, 11 pacientes que estiveram em áreas de risco se encontram em observação em seis Estados.
Caso a avaliação inicial aponte a possível infecção pelo vírus H1N1, causador da gripe suína, os passageiros serão encaminhados, em ambulância, a um dos 49 hospitais de referência, informou ontem a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Os demais passageiros que estiverem no mesmo voo, principalmente os que se sentaram próximos à pessoa com os sintomas, serão monitorados.
A tripulação do avião deve informar à torre de comando, antes do pouso, se há passageiros com sintomas da doença. Até o fim da tarde de ontem, não havia ocorrido nenhum caso, de acordo com a Anvisa.
Todos os dias, cerca de 6.000 passageiros chegam ao país vindos dos EUA e do México, segundo a agência. Dos 27 voos, 21 pousam em São Paulo.
Além da abordagem no avião, o Ministério da Saúde distribuiu ontem 80 mil panfletos nos principais aeroportos; outros 70 mil seriam entregues ainda na noite de ontem. Mensagens sonoras também devem ser veiculadas nos aviões.
A agência recomenda o uso de máscaras durante o voo por passageiros com suspeita de contágio e pelos funcionários do órgão que lidarem com eles. A Anvisa informou ainda que irá comprar 100 mil máscaras.

Casos no país
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, disse ontem que, devido à forma de transmissão da doença, a chance de o vírus da gripe suína chegar ao Brasil é maior do que foi a do vírus da gripe asiática, em 2003. Apesar disso, a população não deve entrar em pânico, afirma a Anvisa. "Não é motivo para alarme. Preocupação, sim", disse José Agenor Alvares, responsável pela área de portos e aeroportos.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que acompanha "11 viajantes procedentes de áreas afetadas que apresentaram alguns sintomas". São 3 em Minas Gerais, 2 no Rio, 2 no Amazonas, 2 no Rio Grande do Norte, 1 em São Paulo e 1 no Pará. Segundo a nota, "nenhuma dessas pessoas preenche a definição de caso suspeito".
Em Belo Horizonte, um casal de 29 anos vindo de Cancún (México) e um homem de 35 vindo de Nova York foram isolados no Hospital das Clínicas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em Manaus, disse que tem sido informado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão (que está na Turquia), sobre a gripe.
"Graças a Deus até agora não chegou, e espero que nunca chegue ao Brasil", disse.
Em Ribeirão Preto, o governador de São Paulo, José Serra, disse ter sido informado sobre a doença: "Ela é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram", afirmou. "Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho algum." Mas, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), há risco de transmissão entre humanos.
Segundo o Ministério da Saúde, o México demorou para alertar os organismos internacionais sobre a situação no país, que teria registrado casos desde meados de março. (JOHANNA NUBLAT, MAURÍCIO MORAES, KÁTIA BRASIL E MARCELO TOLEDO)


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