São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

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Guarulhos tem passageiros usando máscaras e queixas de pouca orientação

DA REPORTAGEM LOCAL

Passageiros vindos do México desembarcaram ontem no aeroporto de Guarulhos (São Paulo) portando máscaras cirúrgicas, no sinal mais visível de temor de entrada da gripe suína no país.
O dentista Gilberto Pucca, 45, relatou que as máscaras são distribuídas gratuitamente pelas autoridades mexicanas a quem deixa o país. Ele usou a sua durante as 9 horas de voo.
No trajeto entre o avião e a alfândega, Pucca e os demais passageiros vindos do México receberam da Anvisa um folheto com instruções para prevenir a propagação da gripe suína.
A estudante Stephane Pedro, 20, saiu às pressas do México, onde mora. "Minha mãe enlouqueceu com as notícias e me disse para pegar o próximo voo para o Brasil. Nem fiz a mala direito", afirma. Mas a maior parte dos brasileiros que chegaram ontem disse ter embarcado na data inicialmente prevista.
No saguão, um aviso sonoro era divulgado a cada hora orientando pessoas com sintomas a procurar a Anvisa. Apenas uma pessoa se apresentou ontem: uma médica brasileira que se disse atingida por uma gripe comum, mas quis deixar seus dados "por precaução".
Também foram até o escritório da Anvisa pessoas em busca de informação. A Folha testemunhou o pedido de uma funcionária da TAM que quis saber qual era a orientação para as empresas aéreas nacionais.
Passageiros com destino ao México disseram ter recebido "informações pouco precisas". O empresário Paulo Biz, 38, já tinha despachado as malas quando foi pedir orientação na Anvisa. Insatisfeito, desistiu de viajar minutos antes do voo.
O temor já repercute em agências de viagem. A New Line disse que 40% dos pacotes ao México foram mudados ou cancelados. A Hotéis no Caribe recebeu ontem sete ligações de clientes pedindo para alterar ou cancelar pacotes para o país.
"Ainda não cancelei, mas estou com medo de ir", disse a farmacêutica Danieli Junco, 28. AeroMéxico e Mexicana, que juntas operam 12 voos semanais para o Brasil, não têm planos de mudar a frequência.
(SAMY ADGHIRNI E PAULA ADAMO IDOETA)


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