São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

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Infectologistas desaconselham uso de antiviral

DA REPORTAGEM LOCAL

Infectologistas desaconselham as pessoas a tomarem indiscriminadamente antivirais para prevenir a gripe suína, sobretudo no Brasil, onde não há casos confirmados da doença. O temor é que o uso indiscriminado leve à resistência do vírus. "Não há parâmetros técnicos que justifiquem o uso de antivirais de maneira profilática nas condições atuais, exceto quando a pessoa tiver contato próximo com doentes", diz Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Deve-se procurar um profissional de saúde. O potencial de resistência do vírus para esses remédios é muito alto. Se todos tomarem antiviral, pode ser que a medicação não funcione quando o vírus chegar ao Brasil", orienta o infectologista Mauro Salles, da Santa Casa. Para Nancy Junqueira Bellei, coordenadora do Centro de Pesquisa de Vírus Respiratórios da Unifesp, os antivirais só devem ser tomados sob receita médica, diferentemente de remédios sintomáticos, como os que combatem dores de cabeça. Viagens a locais onde há contágio, sobretudo o México, devem ser evitadas, segundo dez infectologistas ouvidos pela Folha. "Se a viagem não for urgente, melhor adiar", diz Bellei. Para Salles, a recomendação vale mais para o México do que para os EUA. "Não há mortes confirmadas [nos EUA]", diz. "Se puder, a pessoa deve esperar alguns dias [para viajar], pois precisamos de mais informações", diz Esper Kallas, infectologista da Unifesp. Nota do Ministério da Saúde informou ontem que, por ora, não há restrição de viagens a áreas afetadas pela gripe suína. (CLÁUDIA COLLUCCI E MÁRCIO PINHO)

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