São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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ÁSIA

Musharraf dá apoio à causa dos separatistas da Caxemira

Paquistão diz não querer guerra, mas promete reagir a ataques

DA REDAÇÃO

O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, insistiu ontem em que seu país não quer uma guerra e não iniciará combates, mas seus comentários duros sobre a Caxemira -incluindo uma manifestação de apoio à causa dos separatistas- podem agravar as tensões com a Índia.
"O Paquistão não quer a guerra. O Paquistão não iniciará uma guerra", afirmou Musharraf em um discurso transmitido ao vivo pela TV. "Se a guerra nos for imposta, responderemos com força total", acrescentou.
Musharraf repetiu sua condenação do que chamou de "ataques terroristas" ao Parlamento da Índia e a um acampamento militar indiano na Caxemira, pelos quais Nova Déli culpa terroristas baseados no Paquistão. Os atentados levaram os vizinhos, ambos os quais possuem arsenal nuclear, à beira de uma guerra.
Mas ele também expressou seu apoio ao "movimento de libertação" na parte da Caxemira controlada pela Índia e condenou "a tirania e a repressão" da Índia.
O presidente paquistanês, que tomou o poder em 1999 após um golpe militar, insistiu em que não havia infiltração de terroristas através da Linha de Controle que divide a Caxemira. E disse que não deixaria o Paquistão ser utilizado como base para terroristas.
Apesar da crescente pressão internacional para que aja para reprimir terroristas e impedir ataques na Índia, Musharraf não apresentou nenhuma nova medida em seu discurso.
Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia disse que Nova Déli daria uma resposta ao discurso hoje, mas afirmou que, com o Paquistão, "as aparências enganam".
O ministro das Relações Exteriores indiano, Omar Abdullah, que é filho do ministro-chefe da Caxemira indiana, disse que o tom do discurso provavelmente faria com que a Índia ficasse "muito irritada", particularmente por causa das palavras de Musharraf sobre a repressão indiana.
Musharraf falou horas antes da chegada do ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw, em uma missão para tentar acalmar as tensões na região.
A Índia controla cerca de 45% da Caxemira; o Paquistão, cerca de 33%; e a China, o restante.


Com agências internacionais


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