|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Itália abriga cúpula histórica Rússia-Otan
STEPHEN CASTLE
DO ""THE INDEPENDENT", EM PRATICA DI MARE (ITÁLIA)
Preparando-se para uma reunião de cúpula histórica na
qual a Otan (aliança militar ocidental) e a Rússia vão selar uma
nova aliança baseada no combate ao terrorismo, o governo
italiano colocou 15 mil policiais
e soldados em estado de alerta,
barrou o acesso a quilômetros
de praias e fechou o aeroporto
de Roma à maior parte do tráfego aéreo.
A cúpula de hoje, que terá lugar numa base aérea militar
próxima a Roma, vai prometer
uma nova era de cooperação
entre os antigos inimigos da
Guerra Fria, quando a Otan e a
Rússia, pela primeira vez, assumirem o compromisso de adotar uma série de políticas comuns. Embora sua duração seja prevista para pouco mais de
cinco horas, o encontro entre
os presidentes russo e americano, Vladimir Putin e George W.
Bush, e os líderes dos outros
países da Otan criou um enorme desafio de segurança.
Em meio a intensos temores
de um possível ataque da rede
terrorista Al Qaeda, caças foram colocados a postos, e helicópteros e aviões de vigilância aérea sobrevoam Roma. Embarcações da Marinha patrulham a costa, e uma bateria de mísseis antiaéreos foi posta em
alerta. O vizinho aeroporto romano de Fiumicino cancelou
muitos dos vôos comerciais de
hoje, e cerca de 15 km de praias
turísticas perto da base de Pratica di Mare foram fechadas.
Autoridades italianas estimaram o custo total da cúpula em
US$ 12 milhões. Seguindo instruções do premiê Silvio Berlusconi, um saguão na base está sendo transformado no palco
para a cerimônia, com anfiteatro e estátuas de mármore.
A reunião será em grande
medida simbólica, porque os
detalhes da nova aproximação
entre a Rússia e os 19 países da
Otan já foram discutidos e decididos previamente.
Os dois lados concordaram
em cooperar no combate ao
terrorismo e à proliferação de
armas, em operações de defesa,
buscas e resgates, planejamento em emergências civis e ações
de manutenção da paz.
A cooperação da Rússia com
os EUA após os ataques de 11
de setembro foi o que lançou as
bases para o acordo, que será
voltado especialmente ao combate ao terrorismo. Mas os diplomatas esperam que o novo relacionamento vá mais longe.
""Nossas posições estão coincidindo com as russas em uma
área após outra. Estamos dizendo a mesma coisa, e, espero
fazendo também", disse um diplomata europeu.
Alguns grupos de direitos humanos temem que, de agora
em diante, o Ocidente passe a
ignorar o comportamento russo na República separatista
russa da Tchetchênia. Elizabeth Anderson, diretora-executiva do departamento de Europa e Ásia Central da organização Human Rights Watch,
disse: ""A Rússia está ganhando
o direito de ser membro da
Otan em igualdade de condições com os outros, apesar de
suas Forças Armadas serem conhecidas pelas violações que
cometem na Tchetchênia".
Texto Anterior: Filme "Godzilla" foi fonte para o FBI emitir alerta terrorista em NY Próximo Texto: Ásia: Paquistão diz não querer guerra, mas promete reagir a ataques Índice
|