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DIREITOS HUMANOS
Ao menos três estão sob prisão domiciliar para evitar manifestação no 15º aniversário do massacre
China prende dissidentes e barra protesto por Tiananmen
DA REUTERS
A polícia chinesa colocou sob
prisão domiciliar dissidentes políticos proeminentes a fim de evitar
que eles marquem publicamente
o 15º aniversário do massacre da
praça Tiananmen (Pequim), no
próximo dia 4, disseram ativistas.
Segundo a denúncia, a polícia
começou a cercar as casas dos dissidentes na semana passada, evitando que eles se encontrem com
jornalistas ou prestem homenagens aos que foram mortos durante o protesto estudantil.
Liu Xiaobo, um ex-professor
universitário que apoiou os protestos e ajudou a negociar a saída
de alguns estudantes que estavam
na praça, disse que não pode deixar sua casa, em Pequim. "Não
posso ir a lugar nenhum. Há cinco
ou seis homens guardando minha
casa permanentemente", afirmou
ele por telefone à Reuters antes de
ter a linha cortada.
No fim de março, foram presos
pelo menos três parentes de pessoas mortas no protesto. Uma delas era Ding Zilin, 67, líder de um
grupo militante chamado Mães
de Tiananmen, que voltou a ser
detida na última semana.
Hu Jia, 30, ativista ambiental e
de questões relacionadas à Aids,
também está sob prisão domiciliar há quase uma semana e tentou em vão sair de casa. "Não fui
páreo para os seis [guardas]", disse ele por meio de um telefone celular cuja linha caiu diversas vezes. Hu foi preso três vezes em
abril por tentar deixar flores na
praça. A polícia disse que o libertará em 29 de maio, contanto que
ele deixe a cidade por 12 dias
acompanhado de sua mãe, de 68
anos, no que os oficiais definiram
como "férias".
Na noite do dia 3 para o dia 4 de
junho de 1989, o Exército chinês
levou tanques às ruas do centro de
Pequim e matou centenas de pessoas que participavam ou apenas
assistiam a um protesto pró-democracia. A versão oficial diz que
as manifestações constituíram
uma rebelião contra o governo e
que o Exército tomou medidas
apropriadas para contê-las.
Os EUA exortaram a China a
não tomar medidas para silenciar
os dissidentes. "Opomo-nos a
qualquer tentativa de limitar a liberdade e exortamos a China a
não impedir que seus cidadãos
participem de debates importantes e se envolvam em questões de
interesse público", disse o porta-voz do Departamento de Estado,
Richard Boucher.
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