São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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EUA libertam 42 reféns da Al Qaeda no norte do Iraque

Morrem mais dois soldados norte-americanos, elevando baixas de maio a 103

Alguns dos iraquianos que eram mantidos como reféns por insurgentes sunitas apresentavam marcas de tortura, segundo os EUA


DA REDAÇÃO

Forças norte-americanas invadiram ontem um campo da rede terrorista Al Qaeda a nordeste de Bagdá e libertaram 42 civis iraquianos que eram mantidos como reféns. Alguns deles tinham sinais de tortura. Também ontem morreram mais dois soldados dos EUA, elevando o saldo parcial de óbitos de maio para 103, um dos piores desde o início da guerra.
A ação militar contra o campo da Al Qaeda faz parte de uma ofensiva para reforçar a segurança na Província de Diyala, ao norte da capital. A região vem sendo palco de violentas batalhas nas últimas semanas, disse o general William Caldwell, principal porta-voz militar dos EUA no Iraque.
Ele também afirmou que a libertação de 42 civis é a maior já realizada pelas tropas numa única prisão da Al Qaeda. O general acrescentou que algumas das vítimas estavam sendo mantidas presas havia mais de quatro meses e que tinham marcas de tortura.
Os dois óbitos de soldados ocorreram em conseqüência de bombas que atingiram suas patrulhas -uma em Diyala e outra no oeste de Bagdá.
No total, já morreram 3.454 militares americanos desde o início da invasão do Iraque, em março de 2003. Os piores meses para os EUA foram novembro de 2004 e abril de 2004, quando morreram respectivamente 137 e 135 soldados.
O total de soldados iraquianos mortos na guerra é estimado entre 4.900 e 6.380. Já o de civis varia entre 64.333 e 70.471, de acordo com a organização www.iraqbodycount.net.
Também ontem, tropas dos EUA e do Iraque realizaram operações na favela de Sadr City, em Bagdá. Seu alvo eram células insurgentes xiitas. Prenderam um suspeito de traficar armas e bombas do Irã.
Moqtada al Sadr, o clérigo anti-EUA que controla Sadr City e reapareceu depois de alguns meses de silêncio, encontrou-se ontem na cidade de Najaf com líderes de seu movimento xiita para discutir estratégias, anunciou Salah al Obeidi, um dos principais assessores de Al Sadr.
"As forças de ocupação são responsáveis pelo sofrimento que o país enfrenta e não há solução que não passe pela retirada das tropas", disse Al Obeidi.

Encontro raro
Representantes dos EUA e do Irã começam hoje em Bagdá a discutir a segurança no Iraque. O encontro entre o embaixador dos EUA, Ryan Crocker, e um diplomata iraniano indica uma mudança na posição de Washington, que rompeu relações com o Irã nos anos 80, para tentar impor isolamento total à república islâmica. Funcionários do governo iraquiano também participarão.
As conversações têm início em clima de tensão. Uma flotilha norte-americana realiza manobras militares no golfo Pérsico. Há dois dias, Teerã anunciou ter descoberto uma rede de espionagem ocidental que operava em seu território.


Com agências internacionais


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