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Estratégia oficial de segurança dos EUA enfatiza cooperação
Em documento, Obama se afasta de Bush ao dizer que nenhum país pode encarar desafios mundiais sozinho
Texto reduz combate ao terrorismo a "apenas um elemento", que não pode definir a relação dos EUA com o mundo
DE WASHINGTON
A nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados
Unidos, divulgada pela Casa
Branca ontem, traça uma visão de futuro que vê limites
da hegemonia americana, foca o contraterrorismo na luta
contra a Al Qaeda e eleva o
deficit público ao status de
ameaça.
O documento, exigido pelo Congresso, se esforça para
reverter uma série de posições controversas adotadas
pelo governo do republicano
George W. Bush (2001-2009).
Em primeiro lugar, afirma
que, apesar de os Estados
Unidos não enfrentarem
competição real no âmbito
militar, o poder global está
cada vez mais difuso.
"Temos que encarar o
mundo como ele é", diz o
presidente Barack Obama no
texto. "Os EUA vão continuar
a assegurar a segurança global, (...) [mas] temos de reconhecer que nenhum país pode encarar os desafios mundiais sozinho."
Segundo o presidente, os
esforços americanos no exterior não visam "construir um
império".
A estratégia também não
considera o terrorismo o
princípio organizador da política de segurança do país,
como fora o caso com Bush.
Obama afirma que esforços contra o "extremismo
violento" são apenas "um
elemento de nosso ambiente
estratégico e não podem definir o engajamento dos EUA
com o mundo".
E, ao abordar uso de força
na estratégia, não há menção
de uso de ataques preventivos como os defendidos por
Bush, dos quais a invasão ao
Iraque é o maior exemplo.
Mas, para Obama, o mais
grave perigo enfrentado hoje
pelos EUA "continua a vir de
armas de destruição em massa" -sobretudo nucleares.
Em geral, a estratégia tem
tom realista, e não idealista,
traço algumas vezes atribuído a Obama durante a campanha presidencial de 2008.
CHINA
Ao falar da China, o texto
diz que divergências em direitos humanos não devem
impedir a cooperação. Também exorta o país a assumir o
papel de liderança responsável e afirma que os EUA vão
monitorar a modernização
militar chinesa.
Obama delegou a membros do governo a responsabilidade de comentar a estratégia ontem. A secretária de
Estado, Hillary Clinton, enfatizou a importância de uma
economia forte para o poder
dos EUA.
"Isso importa quando vamos à China; quanto tentamos influenciar a Rússia; até
quando tentamos lidar com
nosso hemisfério."
O general James Jones,
conselheiro de segurança doméstica, afirmou que há forte
atenção ao terrorismo doméstico e a problemas relacionados à imigração.
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