São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Iêmen usa aviões contra militantes tribais

Contrários ao regime, iemenitas tomaram base militar nos arredores da capital Sanaa; ao menos 18 morreram

No fim do dia, líder da maior tribo iemenita, a Hashid, ofereceu um cessar-fogo ao regime de Ali Abdullah Saleh


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Mais de cem militantes da tribo Hashid, a maior do Iêmen, dominaram ontem uma base militar nos arredores de Sanaa, a capital do país, no quinto dia de batalha contra as forças de segurança.
O regime respondeu com helicópteros e aviões de guerra, em uma grave escalada da violência na esteira dos confrontos que transformaram Sanaa em um campo de batalha e de três meses de revolta popular.
Os militantes invadiram o local e mataram dezenas de soldados, disse Ali Saif, representante da Hashid.
Ao menos 18 militantes foram mortos.
Saif disse que o ataque visa a impedir que reforços das tropas governistas entrem em Sanaa.
Localizada em uma montanha, a base em Al Fardha é estratégica para o ditador Ali Abdullah Saleh justamente para impedir a chegada de outras tribos à capital.
O governo não confirmou o ataque ou as vítimas. Mas, segundo representantes da Hashid, a base continua sob controle da tribo.
Na capital, testemunhas relataram disparos de metralhadoras e explosões esporádicas, mas sem vítimas.

CESSAR-FOGO
Os dois lados iniciaram ainda mediação, e o líder da Hashid, o xeque Sadek al Ahmar, decretou cessar-fogo.
"Mas se Saleh retornar [ao combate], estaremos prontos. Nós estamos firmes e vitoriosos", alertou.
Em cinco dias, os confrontos, iniciados após uma tentativa das forças de segurança de invadir a casa de Ahmar, deixaram 128 mortos.
Gregory Johnsen, especialista em Iêmen da Universidade Stanford, disse que o confronto no Iêmen é mais complexo que na Líbia, devido às alianças tribais que se sobrepõem ao governo.
Ele duvida ainda que Ahmar tenha como objetivo assumir o poder. "Remover seu principal rival já dá maior poder a eles", disse.

INCENTIVO
Também ontem, a cúpula do G8, grupo dos países mais ricos, anunciou um pacote multilateral de US$ 40 bilhões aos países árabes.
O valor inclui US$ 20 bilhões de organismos multilaterais, US$ 10 bilhões dos países do golfo e US$ 10 bilhões de outros países.
O grupo disse ainda que US$ 20 bilhões devem ir ao Egito e à Tunísia, cujos ditadores foram depostos.
"[O dinheiro] vai ajudar qualquer país que abraçar o caminho para a democracia", resumiu o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Deauville, na França.


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