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Israel invade Gaza em resposta a seqüestro
Ação é empreendida após perspectivas
de resgate de soldado diminuírem
Exército ataca três pontes e
central elétrica na região sul
do território, causando um
apagão; na divisa, tanques
começam a fazer manobras
DA REDAÇÃO
Israel invadiu ontem o sul da
faixa de Gaza diante do impasse
pela libertação do soldado israelense seqüestrado por grupos radicais palestinos no último domingo. É a primeira operação em larga escala na área
desde o processo de desocupação no ano passado.
Entre o fim da noite de ontem e o início da madrugada, o
Exército israelense atacou três
pontes e tomou o controle de
todas as áreas públicas a leste
da cidade fronteiriça de Rafah,
segundo o jornal "Haaretz".
Também foi atingida uma central elétrica que, segundo autoridades palestinas, causou apagão geral na região. Não havia
registro de feridos ou mortos.
Ao mesmo tempo, tanques
começaram a se movimentar
próximo ao vilarejo israelense
de Nahal Oz, sem, no entanto,
cruzar a fronteira. A movimentação ocorreu depois que o premiê de Israel, Ehud Olmert,
aprovou o início de uma "operação limitada" contra a "infra-estrutura terrorista" na região,
segundo fontes militares.
Em nota, o Exército de Israel
disse que o objetivo dos ataques
às pontes era "incapacitar os
terroristas de transferir o soldado seqüestrado" para o Egito.
Segundo o porta-voz militar
Jacob Dallal, também havia o
propósito de libertar o soldado.
Israel também ameaçou impedir que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, deixe a
faixa de Gaza enquanto o soldado israelense não for libertado.
Desde anteontem, cerca de
3.000 soldados israelenses,
além de tanques e veículos
blindados, fazem um cerco na
divisa, fechando quatro passagens e bloqueando assim todo o
tráfego de mercadorias e de
pessoas dentro e fora da área.
Em preparação para um possível ataque, militantes palestinos armados assumiram posição no bairro de Shajaiyev, próximo à fronteira, alertando os
moradores a deixar a área.
Sacos de lixo e areia e pneus
encharcados de gasolina foram
empilhados nas ruas para dificultar o avanço das tropas.
As ações tiveram início com o
fracasso dos esforços pela libertação ou localização do refém.
Por sua vez, o líder do Hamas
no Líbano, Osama Hamdan,
disse que os palestinos deveriam tentar capturar mais militares. "A resistência não deveria se contentar com tomar
apenas um soldado israelense",
afirmou. "Eles deveriam tentar
capturar mais soldados para
que a ocupação se dê conta de
que nossos prisioneiros não
vão apodrecer na prisão."
O soldado Gilad Shalit, 19, foi
capturado no domingo após
um ataque palestino na fronteira do território israelense com
a faixa de Gaza. O seqüestro foi
reivindicado por uma facção
armada do Hamas, pelos Comitês de Resistência Popular e pela milícia Exército do Islã.
"O soldado está em um lugar
seguro que os sionistas não podem alcançar", afirmou anteontem o porta-voz dos Comitês, Mohammed Abdel Al.
Militares israelenses disseram haver um "temor crescente" de que um colono judeu tenha sido seqüestrado na Cisjordânia. Os Comitês ameaçavam
matar Eliyahu Asheri, 18, do assentamento de Itamar, próximo a Nablus, caso a incursão israelense na faixa de Gaza não
fosse suspensa. Asheri está desaparecido desde domingo.
Os grupos haviam exigido a
libertação de prisioneiros palestinos, condição que o premiê
Olmert voltou a rejeitar ontem.
"Não iremos recuar e, para
nosso pesar, parte do preço será pago pelos residentes da faixa de Gaza", disse o ministro da
Justiça de Israel, Haim Ramon.
"O ataque virá e será doloroso.
Para evitá-lo, peço aos líderes
palestinos que façam todo o
possível para libertar Gilad."
"Estamos prontos para qualquer ato estúpido que os sionistas possam cometer", disse Abu
Obeida, porta-voz do braço armado do Hamas.
Com agências internacionais
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