São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Oposição diz que medida é meio para instalar "ditadura populista"

DA REDAÇÃO

Membros da oposição disseram ontem que o referendo para convocar novas eleições seria uma maneira de Uribe instituir uma "ditadura populista" na Colômbia, além de não resolver a questão da ilegalidade na aprovação da emenda que permitiu sua reeleição.
"O doutor Uribe usa o povo como um ditador usaria o Exército ou a polícia. Está inaugurando uma ditadura populista", disse Carlos Gaviria, presidente do opositor Pólo Democrático Alternativo, derrotado por Uribe nas eleições de 2006.
Apesar das denúncias contra ele e membros da sua base de apoio no Congresso, Uribe, graças principalmente a seu sucesso no combate à violência, desfruta de uma altíssima aprovação popular, da ordem de 80%, o que indica que conseguiria fáceis vitórias tanto no referendo quanto na repetição da eleição.
"Geralmente, os tiranos buscam plebiscitos para legitimarem seus atos, coisa que o presidente está tentando fazer com o referendo. Mas isso não muda o que já aconteceu, que foi que a reeleição se construiu a partir de um crime", disse o senador Gustavo Petro, responsável pelas denúncias iniciais que revelaram o escândalo da parapolítica -as suspeitas de envolvimento de um terço do Congresso com grupos paramilitares.
Para oposicionistas, essas suspeitas são outro senão para a realização do referendo. "O presidente recorre a um mecanismo excepcional, passando por um Congresso cuja legitimidade está em dúvida", disse o ex-ministro Jaime Castro.
Outro adversário de Uribe em 2006, Antanas Mockus, disse que ele deveria renunciar. "O ato legislativo que possibilitou a reeleição nasceu viciado, e isso nos põe ante um cenário que nem a lei nem a Constituição prevêem. A única saída é a renúncia do presidente."


Com agências internacionais

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