São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Rumsfeld faz visita-surpresa a Bagdá; governo argelino confirma morte de diplomatas seqüestrados

EUA e Iraque falam em rápida saída de tropas

DA REDAÇÃO

No dia em que o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, fez uma nova visita-surpresa a Bagdá, o premiê iraquiano, Ibrahim al Jaafari, defendeu ontem uma rápida retirada das tropas americanas do Iraque.
"Confirmamos que desejamos rapidez nesse aspecto", disse Al Jaafari em entrevista coletiva ao lado de Rumsfeld, sem, no entanto, fixar um prazo.
Segundo o premiê, a rapidez da retirada vai depender de um maior ritmo de treinamento das forças de segurança iraquianas pelos EUA e do planejamento de uma transição coordenada do controle militar dos americanos para os iraquianos.
"Não queremos ser surpreendidos por uma retirada que não esteja conectada com nosso timing iraquiano", afirmou.
O comandante militar americano no Iraque, general George Casey, disse que os EUA esperam reduzir significativamente suas tropas no Iraque no próximo ano.
"Se o processo político continuar positivamente e os avanços com as forças de segurança [iraquianas] continuarem, acredito que vamos poder fazer reduções substanciais após as eleições [em dezembro]", disse.
Já Rumsfeld instou os iraquianos a finalizar sua Constituição até 15 de agosto como condição para garantir a segurança no país. "Não queremos nenhum atraso", afirmou. "Temos tropas em ação, pessoas são mortas. É tempo de um acordo."
O comitê que prepara a Carta iraquiana voltou a trabalhar na última terça-feira, depois de um boicote de seis dias por seus membros árabe-sunitas.
As declarações sobre a retirada coincidem com a divulgação de uma pesquisa "USA Today"/ CNN/Gallup segundo a qual 53% dos entrevistados disseram não acreditar que os EUA possam vencer o conflito no Iraque. Outros 43% disseram estar confiantes na vitória.
O grupo Al Qaeda no Iraque afirmou em site na internet ter matado os dois diplomatas argelinos -incluindo o chefe da missão da Argélia no Iraque- que haviam sido seqüestrados na última quinta-feira, em Bagdá.
O presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, confirmou a morte dos enviados. "Os seqüestradores assassinaram covardemente nossos dois representantes em Bagdá, Ali Belaroussi e Azzedine Belkadi, cumprindo suas ameaças desprezíveis, apesar de todos os apelos por sua libertação", disse Bouteflika em nota.
Distintos incidentes de violência no país deixaram ao menos 20 mortos ontem. Um homem-bomba se explodiu na entrada de um hospital em Bagdá, matando ao menos cinco pessoas e ferindo dez, segundo a polícia.
Três iraquianos foram mortos e 37 ficaram feridos após disparos de morteiro contra uma estação de ônibus na capital. Outros ataques mataram sete soldados iraquianos e quatro soldados americanos.


Com agências internacionais

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