São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2005

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ORIENTE MÉDIO

Israelenses quiseram vender tecnologia e equipamento à China

Venda de armas opõe EUA a Israel

DA REDAÇÃO

Os EUA pediram que Israel se desculpe por escrito e adote normas mais estritas para a exportação de material bélico, em meio a tensões surgidas entre os dois países por causa de contratos de venda de equipamento militar israelense para a China.
O contencioso, disse ontem o jornal israelense "Haaretz", levou o ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, a cancelar uma visita que faria a Washington na primeira quinzena de agosto.
Os EUA fornecem anualmente a Israel uma ajuda militar de US$ 2 bilhões, congelada nas últimas semanas em razão do litígio.
"Estamos em definitivo com alguns problemas, mas estou convencido de que os superaremos em breve", disse ontem o primeiro-ministro Ariel Sharon.
Washington desaprovou a disposição israelense de fornecer à China tecnologia para a construção de aeronaves não tripuladas para o lançamento de mísseis, além de peças para o sistema chinês de radares. Para os EUA, tais contratos resultariam num desequilíbrio prejudicial a Taiwan.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Silvan Shalom, desculpou-se publicamente no mês passado ao afirmar que seu país não tinha o propósito de se contrapor aos interesses estratégicos americanos.
O Ministério da Defesa disse estar prosseguindo no diálogo "discreto e informativo" com os EUA e que espera "concluir em breve essas negociações".
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, disse que os dois países ainda negociavam detalhes técnicos e poderiam em breve concluir um memorando sobre critérios para a exportação de material e tecnologia bélicos.
Os EUA, afirma a agência de notícias Reuters, querem que, nos próximos 18 meses, Israel aprove em seu Parlamento uma lei que permita restringir as exportações do setor. O "Haaretz" diz, por sua vez, que, nos últimos dias, os negociadores americanos endureceram sua posição para forçar novas concessões israelenses.
Informantes israelenses disseram que as pressões americanas podem levar o país a restringir novos contratos de venda.

Sharon em Paris
Sharon deu início a uma visita à França durante a qual pretende conseguir normalizar as relações bilaterais, abaladas quando, há alguns meses, ele exortou os judeus franceses a emigrar em razão do sentimento anti-semita local.
Sharon classificou o presidente Jacques Chirac "de um dos maiores governantes do mundo" e pediu seu auxílio para a paz no Oriente Médio.
O porta-voz de Chirac classificou de "bastante amistoso" o encontro que ambos tiveram a portas fechadas, por duas horas.


Com agências internacionais

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