São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Jordânia vê manutenção de papel dos EUA após eleição

Chanceler do país, porém, adverte contra ataque a Irã

SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Salaheddin al Bashir, defende a atuação da Casa Branca no Oriente Médio e afirma que a política do atual governo americano na região será mantida independentemente do resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro.
"Os EUA têm e devem continuar tendo um papel central no Oriente Médio, pois dispõem da força necessária para empurrar e manter no trilho o andamento da paz, principalmente no âmbito israelo-palestino", afirmou Bashir à Folha durante uma visita feita a São Paulo, no último dia 16.
O chanceler da Jordânia -país que é um dos principais aliados de Washington no Oriente Médio- afirmou que tanto o republicano John McCain como o democrata Barack Obama -virtuais candidatos à Presidência dos EUA- seguirão buscando caminhos para "uma paz duradoura".
Apesar do tom otimista do ministro, a atuação da Casa Branca no Oriente Médio vem sendo criticada, e o presidente George W. Bush, em fim de mandato, deixará um legado controverso. Em sua lista figuram a invasão do Iraque e incapacidade de estabilizar o país, negociações de paz infrutíferas entre palestinos e israelenses e tensões com Irã e Síria.

Ataque ao Irã
Mesmo sendo aliado do governo americano, Bashir advertiu que um ataque às centrais nucleares do Irã teria "conseqüências gravíssimas" na região e em todo o mundo.
"A história mostra que o uso da força no Oriente Médio sempre causa instabilidade e atraso econômico. [Um ataque] teria desdobramentos muito nefastos e graves para todos", disse o chanceler, numa referência à possibilidade de bombardeio americano ou israelense ao Irã, levantada há algumas semanas por causa do impasse sobre o programa nuclear de Teerã.
A visita de Bashir ocorreu no âmbito dos preparativos para a vinda ao Brasil do rei Abdullah 2º da Jordânia, em outubro. O governo de Amã quer que empresas brasileiras usem o território jordaniano para fazer negócios com o Iraque, onde a violência é um empecilho para operações diretas.
"Somos uma base diferenciada para quem tiver interesse em trabalhar no Iraque, tanto em comércio como em investimento. Nossa base logística e de recursos humanos representa uma ferramenta crucial", explicou Bashir em sua exposição na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.


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