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Suécia cobra Chávez por armas achadas com as Farc
Vendidos à Venezuela, lança-foguetes suecos estavam em poder da guerrilha
Apreensão foi divulgada por Bogotá; para o governo venezuelano, acusação é "show" para justificar as
bases dos EUA na Colômbia
Luis Ramírez - 25.jul.2009/France Presse
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Soldado colombiano patrulha área de
selva de Meta (centro)
DA REDAÇÃO
Armas de fabricação sueca
vendidas nos anos 80 à Venezuela foram encontradas em
poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), afirmou ontem o governo
da Suécia, que questionou o governo Hugo Chávez a respeito.
O pedido de explicações,
apresentado em Estocolmo pelo conselheiro político do Ministério do Comércio da Suécia,
Jens Eriksson, reforça as acusações feitas pelas autoridades
colombianas à Venezuela no
fim de semana e ontem.
O chanceler venezuelano,
Nicolás Maduro, disse que a
acusação é um "show midiático" para justificar o aumento
da presença militar dos EUA na
Colômbia. Os países negociam
ampliar o uso pelos americanos
de ao menos três bases colombianas, o que Chávez considera
uma ameaça.
O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, mencionou ontem a apreensão de um
"potente arsenal" com a guerrilha, parte dele vindo da Venezuela. Santos pediu "vigilância
externa" sobre a questão.
Anteontem, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, disse
ter reclamado "nos canais diplomáticos apropriados" sobre
as armas das Farc. Ele afirmou
que a guerrilha marxista, que se
financia com o narcotráfico, estuda comprar mísseis terra-ar.
Volta da tensão
As acusações de Uribe coincidiram com a publicação de reportagem sobre o tema pela revista colombiana "Semana",
que citou fontes anônimas do
governo. Antes, a revista britânica especializada em defesa
"Jane's Intelligence Weekly"
havia reportado o mesmo.
Segundo as revistas, foram
apreendidos com as Farc lança-foguetes AT-4, espécie de bazuca de manuseio tido como fácil,
de pouca precisão, fabricados
pela sueca Saab Bofors Dynamics. Ontem a empresa "lamentou" o achado com as Farc,
consideradas terroristas por
EUA e União Europeia.
Vender armas ou repassá-las
a grupos terroristas viola leis
internacionais desse comércio.
O chefe da agência sueca que
supervisiona exportações de
armas, Jan-Erik Lovgren, afirmou a uma emissora de rádio
que os artefatos foram vendidos à Venezuela nos anos 80.
A "Semana" diz que os AT-4
foram encontrados com as Farc
em julho e outubro de 2008. O
dado foi entregue à Suécia, que
confirmou, com base nos números de série, a origem deles.
O governo Uribe, segundo a
revista, questionou a Venezuela sobre o episódio em junho,
mas não teria obtido resposta.
A decisão de Bogotá de abordar publicamente o tema dá fôlego à tensão diplomática bilateral, reacesa recentemente em
decorrência do acordo militar
em negociação entre Estados
Unidos e Colômbia.
Ambos os episódios são um
revés na reaproximação entre
Uribe e Chávez iniciada pouco
após o bombardeio colombiano
a uma base das Farc no Equador, em março de 2008.
À época, a Colômbia ameaçou processar a Venezuela e o
Equador por seus supostos elos
com as Farc, com base em dados achados em laptops da
guerrilha. Com a reaproximação, o tema arrefecera.
Com agências internacionais
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