São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Noruega diz que terrorista não teve ajuda para atacar

Para o serviço secreto, Anders Breivik atuou sozinho nos dois atentados

Ex-ministro do governo Berlusconi causa polêmica ao defender ideologia que motivou os ataques à Noruega

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O serviço de inteligência da Noruega afirmou ontem que não há indícios de que o terrorista Anders Behring Breivik, 32, tenha tido apoio de aliados nos atentados que cometeu na semana passada.
Dois ataques cometidos pelo ultradireitista deixaram ao menos 76 mortos no país nórdico, até então modelo de estabilidade.
Em depoimento à Justiça na segunda-feira, Breivik disse que duas células terroristas estariam prontas para continuar a matança que ele havia iniciado.
Essas declarações colocaram em alerta os serviços de inteligência internacionais sobre a eventual existência de uma rede de terror pan-europeia de motivação ultradireitista e xenofóbica.
"Até agora não temos nenhuma indicação de que ele tenha cúmplices ou de que existam mais células [terroristas]", afirmou ontem a chefe do setor de inteligência doméstica do governo, Janne Kristiansen.
"Quando terminarmos este estágio da investigação, as polícias e serviços secretos de todo o mundo terão que sentar e discutir o que fazer para evitar esses lobos solitários."
Ontem, quando o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, pediu uma revisão dos procedimentos de segurança do país e da forma de a polícia atuar, a Noruega foi vítima de duas ameaças falsas.
De manhã, a estação ferroviária central de Oslo foi parcialmente esvaziada pela polícia, depois que uma mala suspeita foi achada em um ônibus. Policiais pensaram que se tratava de outra bomba, mas não foram encontrados explosivos na bagagem.
Em outro caso, a polícia emitiu um alerta para prender um suposto simpatizante de Breivik. Depois se descobriu que o suspeito não passava de um homem com problemas mentais.
Stoltenberg anunciou a criação de uma comissão independente para investigar os atentados. A polícia sofreu críticas por ter chegado uma hora e meia atrasada à ilha onde ocorreu o massacre.
Ontem a instituição informou que a ação foi retardada porque o barco dos policiais quebrou e eles tiveram de pedir carona para donos de lanchas. A polícia disse ainda que por pouco não matou Breivik, mas ele colocou as mãos na cabeça e se rendeu.

POLÊMICA
Ontem, um ex-ministro do premiê italiano, Silvio Berlusconi, defendeu a ideologia de Breivik. "As ideias de Breivik são em defesa da civilização ocidental", disse Francesco Speroni, da separatista Liga do Norte, que faz parte da coalizão do premiê.
Ele serviu entre 1994 e 95.
À Justiça Breivik disse que agiu para defender o país da imigração de muçulmanos e de "multiculturalismo".


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