|
Próximo Texto | Índice
Grupo palestino liberta jornalistas da Fox em Gaza
Anwar Amro/ France Presse
|
Morador de bairro xiita de Beirute atingido pelos ataques de Israel caminha entre os escombros |
Seqüestrados há duas semanas, o repórter americano e o câmera neozelandês foram forçados a se converter ao islã
Jornalistas fazem apelo para que colegas não deixem de trabalhar nos territórios palestinos; ataques aéreos de Israel deixam 4 mortos
DA REDAÇÃO
Dois jornalistas da rede de
TV norte-americana Fox News,
seqüestrados há duas semanas
em Gaza por um grupo islâmico, foram libertados ontem
com boas condições de saúde,
depois de terem sido obrigados
a se converter ao islã.
O correspondente americano Steve Centanni, 60, e o cinegrafista neozelandês Olaf Wiig,
36, foram deixados em frente a
um hotel de Gaza. Ao chegar,
logo após o meio-dia, Centanni,
em prantos, abraçou um jornalista palestino no lobby.
Centanni e Wiig se encontraram com o premiê palestino,
Ismail Haniyeh, e rapidamente
deixaram Gaza, não sem antes
pedir aos repórteres estrangeiros para não terem medo de cobrir o conflito palestino na faixa de Gaza. "Espero que isso
nunca assuste um único jornalista de vir a Gaza e cobrir a história porque o povo palestino é
lindo e de bom coração", disse
Centanni. "O mundo precisa
saber mais sobre eles."
"Minha maior preocupação é
que o que aconteceu conosco
possa desencorajar jornalistas
estrangeiros a virem para contar a história e isso seria uma
grande tragédia para o povo palestino", afirmou Wiig.
Em ligação telefônica para a
Fox News, Centanni disse ter
sido primeiramente capturado
por quatro homens armados e
mascarados. Sua cabeça foi coberta com um capuz preto e ele
foi arrastado com Wiig para
uma pequeno carro. Os pertences foram levados, e as mãos
amarradas para trás. "Ainda tenho algumas marcas no punho", disse. No cativeiro, Centanni disse ter sido mantido algumas vezes com o rosto abaixado numa garagem escura e
amarrado em posições dolorosas e sem poder se comunicar.
Antes de serem soltos, foi
transmitido um novo vídeo o
qual mostrava Wiig e Centanni
em trajes em estilo árabe. Wiig
fez um discurso antiocidental,
com rosto sem emoção, e os seqüestradores obrigaram os dois
se converter ao islamismo.
"Não me interpretem mal. Tenho o maior respeito pelo islamismo e aprendi muitas coisas,
mas é algo que nos sentimos
obrigados a fazer, porque eles
tinham armas e não sabíamos o
que estava acontecendo."
Até ontem não estava claro
quem eram os seqüestradores e
quais foram os motivos que os
levaram a libertar os jornalistas, capturados no dia 14 por
um grupo desconhecido, chamado Brigadas da Jihad Sagrada. O grupo exigia a libertação
dos muçulmanos detidos em
prisões norte-americanas.
Ataques
Ataques aéreos israelenses
na faixa de Gaza deixaram quatro palestinos mortos ontem.
No início da madrugada, dois
jornalistas que estavam num
carro da agência Reuters ficaram feridos em um ataque. Em
outro incidente, um menino de
seis anos ficou ferido ao ser
atingido por um tiro.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Iranianos testam novo míssil submarino Índice
|