São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 2006

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Iranianos testam novo míssil submarino

A cinco dias do prazo dado pela ONU, país apresenta arma e diz que não interromperá programa nuclear

DA REDAÇÃO

O Irã testou ontem um novo míssil submarino anti-navio durante exercícios militares e reiterou que "jamais" irá suspender seu programa de enriquecimento de urânio. A exaltação de sua nova arma bélica aconteceu um dia após o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, inaugurar uma usina de água pesada e a cinco dias do fim do prazo dado pela ONU exigindo que Teerã suspenda seu programa nuclear.
O míssil, chamado de Thaqeb -Saturno em farsi-, é o primeiro lançado debaixo da água, mas que sobrevoa a superfície para atingir o alvo, o que o distingue de um torpedo.
Segundo analistas, os novos testes, entretanto, indicam que o Irã está jogando com o Ocidente. O país teria capacidade de romper o tráfego vital de navios de petróleo no Golfo, pelo qual passam dois quintos do fornecimento mundial.
O lançamento-teste ocorreu durante exercícios militares de larga escala que o Irã tem participado desde 19 de agosto. Um breve vídeo mostra o Thaqeb saindo da água e atingindo o alvo a menos de uma milha de distância (1,6 km). Esse foi o último de uma série de novas armas navais que o Irã mostrou em 2006 para alcançar o que chamam de nova proeza tecnológica em produção de armas.
O chefe das negociações nucleares do Irã, Ali Larijani, reiterou ontem a posição de Teerã de estar pronto para conversar sobre seu programa nuclear a "nível ministerial" para tratar do tema nuclear com os membros do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha, mas descartou a possibilidade de o Irã suspender o seu enriquecimento de urânio.
"Nós queremos produzir nosso próprio combustível nuclear", disse à agência Irna.
Em um programa transmitido pela TV iraniana, Ahmadinejad premiou 14 cientistas e profissionais nucleares, incluindo o chefe do programa de enriquecimento de urânio, parabenizando-os pelo sucesso do programa.
Seis potências ofereceram um pacote de incentivos econômicos para que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio. Mas o país diz não ter intenção de construir armas nucleares e que tem o direito de ter um programa nuclear pacífico.


Com agências internacionais


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